Fragilizado com as investigações da Lava Jato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) aposta na política regional para tentar garantir um mandato nas eleições do próximo ano e dedicará as próximas semanas à reestruturação do partido em Minas Gerais. E não descarta concorrer a deputado federal para garantir um mandato – e manter a prerrogativa de ser julgado apenas pelo Supremo Tribunal Federal, o chamado foro privilegiado.
O recolhimento antecede a convenção regional do PSDB que, em 11 de novembro, escolherá os presidentes estaduais do partido.
Aécio quer aproveitar esse período para reestruturar o PSDB mineiro. Depois disso, vê a possibilidade de voltar “com força” à cena nacional.
Está prevista para 9 de dezembro a convenção da sigla, quando uma nova executiva será eleita. De acordo com um aliado do senador, ao se concentrar em questões regionais, Aécio vai avaliar a força política que tem em seu estado para decidir se disputará a reeleição no Senado em 2018 ou se optará por concorrer a uma vaga na Câmara. Para esse aliado, “não é o momento de arriscar”.
Alvo de nove inquéritos e de uma denúncia, o senador precisa de um mandato para manter foro no STF após 2018, quando termina a legislatura para qual foi eleito.
O tucano foi gravado em março pelo empresário e delator Joesley Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões. O episódio lhe rendeu acusação de corrupção passiva e obstrução da Justiça.
Aécio está licenciado da presidência nacional do PSDB desde maio deste ano, quando foi afastado pela primeira vez do mandato. O cargo foi assumido interinamente pelo senador Tasso Jereissati (CE), com quem o mineiro vem se desentendendo.
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Conselheiros de Aécio acreditam que, se montar uma estrutura de apoiadores em Minas, ele terá chance de mostrar força no partido e influenciar a escolha do novo presidente do PSDB.
Até o momento, apenas o governador de Goiás, Marconi Perillo, oficializou que disputará o cargo.
O goiano é seu aliado e, assim como Aécio, defende a aliança do PSDB com o governo Temer.
Tasso nega oficialmente ser candidato, mas vem afirmando nos últimos dias que pode atender a um “apelo” de uma ala do PSDB que pede “mudanças” nos caminhos do partido.
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