A empresa Croc Services teria oferecido à campanha do ex-presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) um pacote de disparo em massa de mensagens via WhatsApp, segundo matéria publicada neste sábado (20) pelo jornal Folha de São Paulo . A oferta incluiria disparos para números de celulares obtidos pela própria agência, o que é ilegal, de acordo com a legislação eleitoral. A campanha, porém, recusou a proposta, que custaria R$ 8,7 milhões, de acordo com a Folha.
Segundo relata a reportagem, a equipe do ex-candidato tucano comprou, apenas, os disparos para uma lista de telefones de militantes membros do PSDB e de apoiadores que fornecem dados nas redes do candidato, o que é legal. O custo total foi de R$ 495 mil, R$ 0,09 para cada um dos disparos, de acordo com Marcelo Vitorino, coordenador da área digital da campanha de Alckmin, entrevistado pela Folha.
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Paulo Freitas, sócio-diretor da Croc, afirmou à Folha não saber que a prática de disparos em massa de mensagens a celulares obtidos pela própria agência feria a legislação eleitoral. De qualquer forma, ele afirmou ter prestado serviço somente a campanha de Romeu Zema (Novo), candidato ao governo de Minas Gerais, e ao próprio Alckmin, em ambos os casos usando a base de dados dos próprios candidatos, o que é permitido pela Justiça Eleitoral.
Na prática, a reportagem da Folha deste sábado confirma a existência de ofertas de disparo de mensagens via WhatsApp, mas não traz o uso irregular por nenhum campanha.
Entenda o caso
Na quinta-feira (18), a Folha denunciou a suposta compra de pacotes de mensagem contra o PT por empresas que estariam apoiando o candidato Jair Bolsonaro (PSL). Contudo, a reportagem citou nominalmente somente uma única companhia, a Havan, de Luciano Hang, e não trouxe nenhuma prova, como cópia do contrato ou do pagamento.
A assessoria jurídica da campanha de Fernando Haddad (PT) entrou com uma ação de investigação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa Jair Bolsonaro/Hamilton Mourão com base na matéria da Folha divulgada quinta. A alegação é abuso de poder econômico e uso indevido dos veículos e meios de comunicação digital com objetivo de causar desequilíbrio nas eleições.
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Na noite de sexta-feira (19), o ministro Jorge Mussi abriu uma investigação para apurar a suspeita de compra de disparos em massa de mensagens anti-PT. Mussi mandou notificar Bolsonaro e abrir prazo de cinco dias para que ele se manifeste. Além disso, o PDT de Ciro Gomes ingressou com pedido de anulação do primeiro turno da campanha presidencial deste ano.
Já a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar se empresas têm disseminado, de forma estruturada, mensagens em redes sociais contra ou a favor de Haddad e Bolsonaro, os dois candidatos que estão no 2.º turno da eleição presidencial.
Todos os casos ainda estão em investigação.
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