Nesta quinta-feira (18), a campanha de Jair Bolsonaro (PSL)confirmou: ele não irá mesmo participar dos debates previamente agendados para a TV: “Ele não tem obrigação de comparecer. É uma decisão não comparecer”, declarou Gustavo Bebianno, presidente do PSL, em entrevista coletiva no Rio.
A declaração ocorre no mesmo dia em que Bolsonaro passou por nova avaliação médica. Ele se recupera de uma facada sofrida no dia 6 de setembro, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
O candidato havia cancelado sua participação nos encontros programados até agora, como no SBT, na Bandeirantes e na RedeTV!, afirmando que aguardava liberação médica.
Para a próxima semana, estavam marcados outros dois debates, na Record, no próximo domingo (21), e na Globo. Antes da declaração de Bebianno, também nesta quinta Bolsonaro havia recebido em sua casa no Rio uma equipe de médicos.
Explicações
O médico cirurgião Antônio Luiz Macedo, do Hospital Albert Einstein, disse que a decisão de comparecer dependia do próprio presidenciável. “Apesar da melhora que ele vem tendo, o seu estado ainda é de absoluto desconforto”, disse Bebianno.
Segundo ele, a participação no debate seria submeter o candidato “a uma situação de alto estresse sem nenhum motivo, porque discutir com um poste, como disse o candidato Jair Bolsonaro, quem discute com poste é bêbado”.
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O presidente do PSL foi questionado se a ausência do capitão reformado do Exército não seria ruim para sua imagem. Ele tem sido criticado pelo PT por não comparecer.
“Não é ruim porque a campanha vem sendo feita. Houve no primeiro turno em que ele participou de debates. O contato que ele estabelece é com o eleitor. Ele tem muito apreço pelo trabalho da grande imprensa. Tem dado entrevistas continuamente, mas o seu contato é com o eleitor, como ele vem fazendo ao longo dos últimos anos”, afirmou. Bebianno disse que o eleitor já decidiu seu voto.
O médico cirurgião Antônio Macedo passou cerca de duas horas na casa do capitão reformado, na Barra da Tijuca, pela manhã, e deixou o local sem falar com jornalistas.
“Bolsonaro foi submetido hoje a avaliação médica multiprofissional, de exames de imagem e laboratoriais, que se mostraram estáveis. Apresenta boa evolução clínica e a avaliação nutricional evidenciou melhora da composição corpórea, mas ainda exigindo suporte nutricional e fisioterapia”, diz nota divulgada.
Depois de 40 minutos, os médicos atualizaram a nota com uma frase: “Ainda permanece como fator limitante relativo a presença da colostomia”. Questionado sobre as atividades limitadas pela colostomia, Macedo não respondeu. Ele é o responsável pelo acompanhamento médico de Bolsonaro desde o ataque no dia 6 de setembro.
Críticas
Bolsonaro vem justificando sua ausência em debates devido a seu estado de saúde, mas tem sido alvo de críticas.
Ao visitar a Polícia Federal no Rio na quarta (17), chegou a dizer que a ida a debate era uma escolha estratégica e se comparou ao ex-presidente Lula, dizendo que o petista também faltou a um encontro em 2006.
O petista não compareceu a debates no primeiro turno, mas participou dos encontros no segundo. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também não foi a debates na eleição de 1998, mas venceu logo na primeira votação.
Nunca um candidato havia decidido se ausentar de todos os debates em uma disputa presidencial de segundo turno.
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