Apesar de figurarem na dianteira das pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) não têm chances na eleição deste ano, afirmou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Em entrevista concedida nesta terça-feira (2), ao Canal Rural, o tucano – um dos pré-candidatos de seu partido ao Planalto – disse entender que a atual posição que os dois candidatos têm nas pesquisas de intenção de voto se dá por efeito de “recall”.
Montagem de chapa
Alckmin antecipou a negociação de alianças para sua candidatura ao Planalto e já sinalizou a dirigentes partidários que está disposto a ceder a vaga de vice em sua chapa e oferecer o apoio do PSDB a outras siglas nos estados em troca da adesão a seu projeto presidencial.
O tucano teve encontros com caciques do DEM, do PP e do PTB nas últimas semanas de 2017 para discutir o apoio a seu nome na disputa deste ano. Aos democratas, o tucano demonstrou disposição em entregar ao partido a indicação do candidato a vice-presidente na disputa.
O governador de São Paulo decidiu deflagrar um movimento ostensivo de negociação com potenciais aliados para tentar evitar o isolamento de sua candidatura e romper o bloco partidário que dá sustentação a Michel Temer.
O tucano e o presidente se distanciaram com as articulações para a saída do PSDB do governo – o que levou o MDB a planejar uma aliança de siglas governistas para apoiar uma candidatura alternativa à de Alckmin. Além disso, o tucano passou a enxergar movimentos concretos do DEM em busca de um nome próprio para lançar ao Planalto.
O DEM exige a vaga de vice-presidente na chapa de Alckmin caso decida apoiar o tucano. Os nomes cotados são o do próprio ACM Neto e o do ministro da Educação, Mendonça Filho. Nos encontros com dirigentes do partido, o tucano não fez promessas, mas deu os primeiros sinais de que a sigla poderá ocupar esse espaço.
A articulação com o DEM também envolveria a negociação do apoio do PSDB à reeleição de Maia para o comando da Câmara, em 2019, e a candidatos da sigla a governos estaduais, como Cesar Maia (Rio), ACM Neto (Bahia) e Rodrigo Garcia (São Paulo).
Alckmin quer acelerar o embarque do DEM em sua candidatura. O tucano acredita que a adesão antecipada do partido atrairia outras siglas com mais facilidade.
Os democratas hesitam. Acreditam que o desempenho de Alckmin nas pesquisas (de 7% a 9% nos principais cenários) ainda indica um potencial tímido de vitória e o consideram um candidato frágil para uma eleição que pode ser marcada pela rejeição à política tradicional.
Televisão
O governador paulista confidenciou a aliados que o cenário eleitoral incerto o levou a trabalhar para expandir sua aliança e ampliar seu tempo na propaganda de TV.
Originalmente, ele cogitava se lançar com um bloco enxuto, para evitar o desgaste de se coligar com partidos da base de Temer.
O PSDB tem direito a 1min18s em cada bloco da propaganda eleitoral. Alckmin mais que dobraria esse tempo com alianças com PP (50s), PTB (33s) e DEM (28s).
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