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O que o futuro reserva para Alexandre Frota? Ele reflete se encara “confrontar aqueles sujos corruptos que vivem tirando com a nossa cara”. Para isso, teria de alternar entre Brasília e Granja Viana (zona oeste da Grande SP) onde vive com o filho Enzo, 10, e a esposa, a “musa fitness” Fabiana.

Com 661 mil seguidores no Facebook, foi alçado a porta-voz da “nova direita” brasileira, apesar de ser desprezado por boa parte dela. Agora, o ator estuda se candidatar a deputado em 2018. Diz que conversa com seis siglas para uma eventual filiação, entre elas o PSC, o Podemos e o Patriotas possível nova morada do amigo Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Já o presente do aspirante a parlamentar é tomado por polêmicas. Uma das mais recentes: a briga com o MBL (Movimento Brasil Livre), que rebatizou de “movimento das bichinhas livres”, pelo registro da sigla. Ele e amigos têm um grupo homônimo e seriam “os verdadeiros donos” do nome. O MBL mais famoso, “o das crianças, veio depois”, afirma.

No começo do mês, uma juíza determinou que Frota se abstivesse de usar a marca, mas uma desembargadora derrubou a decisão dias depois. O plano agora é “doar o MBL para Bolsonaro” usar como bem entender. O deputado não respondeu à reportagem se aceitará.

No campo conservador, as relações não estremecem apenas com a turma de Kim Kataguiri, líder do MBL já chamado por Frota de “filhote de Jaspion”. “A direita morta, oportunista e frouxa comigo não tem vez”, diz. Nessa baia inclui nomes como Carla Zambelli (Vem pra Rua) e a jornalista Joice Hasselmann. “Muita conversinha politizada, panelinha de arroz com feijão.”

Quem Frota admira: os deputados Marco Feliciano, Major Olímpio e Sóstenes Cavalcante (próximo a Silas Malafaia), o senador Magno Malta e o deputado estadual Coronel Telhada – um mix de bancadas “da Bíblia” e “da bala”.

Escola sem Partido

Outra interlocutora é a ex-procuradora e ativista conservadora Bia Kicis, que diz lutar “por uma sociedade desenvolvida com base em valores cristãos”. Bom cristão Frota também diz ser: frequenta a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sumaré.

Kicis endossou o projeto de lei “Escola sem Partido”, que defende “neutralidade política e ideológica” na sala de aula e é vista por progressistas como ataque de frentes religiosas à liberdade de ensino.

Em 2016, Frota levou a proposta ao ministro da Educação, Mendonça Filho. O encontro gerou uma selfie sorridente dos dois e depois uma dor de cabeça, após ampla repercussão negativa. Procurado, o ministro diz não ter “por que falar” sobre a reunião.

Entre os desafetos de Frota à esquerda está Caetano Veloso, que o processou após ser tachado de pedófilo (o músico tinha mais de 40 anos quando conheceu Paula Lavigne, então com 13).

Nessa queda de braço entre esquerda e direita nem tudo é o que parece, diz o ator. “No meu Instagram tem fotos minhas com militantes da CUT e do MST pedindo fotos e perguntando se não vou me candidatar. Incrível. E na Parada Gay tirei mais de mil fotos.”

Outra controvérsia ganhou tom jocoso nas redes sociais, mas era assunto sério: a divulgação indevida da batalha judicial de Frota contra seu plano de saúde, para conseguir o implante de uma prótese peniana após ser diagnosticado com uma doença que faz surgir uma placa fibrosa no pênis.

Ex-viciado em cocaína, ele já estrelou novelas da Globo (“Roque Santeiro”), pornôs da produtora Brasileirinhas e reality show (“Casa dos Artistas”). “No fundo sempre fui conservador. A vida me levou para caminhos não convencionais. Mas estou na militância desde 2013, e a varrida do PT de Dilma tem me deixado cada vez mais conservador.”

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