Diante de acenos de seu antigo partido, o PSDB, o senador paranaense Alvaro Dias (Podemos) pediu nesta quinta-feira (5) para “não perderem mais tempo” cogitando sua desistência na corrida pelo Palácio do Planalto. Ele negou a possibilidade de ser vice na chapa do ex-governador Geraldo Alckmin e disse que busca partidos do “centro” para uma aliança.
Em entrevista coletiva após palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o pré-candidato disse que “não arreda o pé” de estar nas urnas em outubro como candidato a presidente. “Não há força humana capaz de nos demover desse objetivo. Os que viverem verão que nós estaremos na urna no dia 7 de outubro. É bom não perderem mais tempo e vocês não gastarem mais tinta e papel ou não gastarem os dedinhos aí nas teclas do computador porque será em vão”, disse Dias.
Leia também: Modéstia zero ganha eleição? Tem presidenciável que acha que sim
A convite do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador se encontrou com o tucano na segunda-feira (2), em São Paulo. Dias negou que FHC tenha feito algum convite para ele compor com Alckmin na campanha. Chamando o ex-presidente de “príncipe”, o senador afirmou que o tucano não seria “deselegante” ao fazer uma proposta objetiva e afirmou que os dois discutiram as alternativas para o país nestas eleições.
Leia também: Aplausos e tapinha nas costas: sabatina indica candidatos favoritos do empresariado
Perguntado se aceitaria ser vice de Alckmin na eleição, Alvaro Dias respondeu que “não há nenhuma hipótese de arredarmos pé do propósito de disputar a Presidência”. Por outro lado, o senador poupou o presidenciável do PSDB ao criticar o “sistema político atual”. Dias diz que o “balcão de negócios” em Brasília levou o país a uma situação de crise e corrupção. “Não estou dirigindo essa crítica a ninguém, estou tentando construir o futuro”, respondeu, quando questionado sobre se encaixava o PSDB e Alckmin na crítica.
Dias afirmou que busca partidos do chamado “centro” que aceitem seu programa e façam uma aliança. A convenção do Podemos, citou, deve acontecer no dia 4 de agosto, reta final do prazo estabelecido por lei, o que abre espaço para negociações partidárias até lá.
Irreversível
A negativa em abandonar a disputa pela Presidência veio logo na palestra que fez a uma plateia formada por empresários. Ao lado da presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), o senador afirmou que sua candidatura à Presidência é “irreversível”.
Ele deu, no entanto, uma condição para a convergência do chamado “centro” na disputa presidencial: o rompimento com o “balcão de negócios” em Brasília, ou seja, a troca de apoio partidário por interesses individuais de bancadas, e o compromisso com o que defende como “a refundação da República”.
Perda de contato com a classe trabalhadora arruína democratas e acende alerta para petistas
Bolsonaro testa Moraes e cobra passaporte para posse de Trump; acompanhe o Sem Rodeios
BC dá “puxão de orelha” no governo Lula e cobra compromisso com ajuste fiscal
Comparada ao grande porrete americano, caneta de Moraes é um graveto seco
Deixe sua opinião