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| Foto: Evaristo Sa/AFP

O senador Alvaro Dias adotou para si o mantra da "refundação da República" em sua pré-campanha à Presidência da República pelo Podemos. E repete a frase a cada vez que é pressionado sobre o que fazer e como fazer, junto com termos como "eu acredito", "pacto nacional", "buscar pessoas de bem", contudo sem explicar a fundo suas propostas. 

O candidato foi entrevistado na noite desta segunda-feira (30), na Globo News, na estreia do programa “Central das Eleições”. Também serão sabatinados Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB), nesta ordem, até sexta-feira (3). 

Dias falou em "reformas" (política e tributária) e também na instauração de uma comissão para elaborar uma "reforma constitucional". Ressalta o desejo de reduzir o número de ministérios dos atuais 29 para 15, e o tamanho do Legislativo, com menos deputados (hoje são 513) e senadores (81). "A refundação da República vem nesse contexto de reformas importantes, sobretudo a reforma política". 

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Alianças

Com ampla experiência no Congresso, já tendo passado pela Câmara e, atualmente, em seu segundo mandato no Senado, Alvaro diz que terá um "governo suprapartidário", reunindo um "conjunto de partidos que admitissem a gravidade do momento político brasileiro". E garante que não seguirá o modelo atual, que classifica como "toma lá, dá cá". 

O senador, porém, não tem até o momento o apoio de grandes partidos e reúne em torno de si apenas boas intenções de siglas nanicas. Questionado sobre como convencer parlamentares a alterarem algo que significará a perda de privilégios, Dias acabou recorrendo ao "tenho que acreditar" e "tem que ser uma coalizão", sem entrar no mérito. 

Mudanças de partido

O candidato foi amplamente pressionado sobre suas mudanças de partido – e se irritou com as constantes interrupções dos nove sabatinadores. "Preciso terminar de responder, é importante, pra todos entenderem".

Após muitas críticas nas redes sociais sobre as intervenções, sem que se deixasse o candidato concluir suas respostas, o que ocorreu nos primeiros 40 minutos da entrevista de duas horas, os entrevistadores se mostraram mais contidos.

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Em 2016, o ele trocou o PSDB pelo PV e, em 2017 pelo Podemos, justamente para dar viabilidade ao seu projeto de concorrer à Presidência da República. 

Segundo ele, porém, não houve contradições. "Mudei de partido para não mudar de lado". Disse que votou contra a reforma trabalhista, apesar de ser favorável à proposta, para se posicionar criticamente à forma de negociação do Planalto com o Congresso. 

O senador foi reeleito em 2014, ainda pelo PSDB, e tem mandato garantido até 2022. Além do Senado e da Câmara, já passou também pelo governo do Paraná. 

Alvaro tem sido cogitado pelo PSDB

Sempre com um discurso oposicionista, Alvaro tem sido disputado pelo PSDB desde que o empresário Josué Gomes (PR) rejeitou o convite para assumir a vaga de vice na chapa de Geraldo Alckmin. 

Para os tucanos, o senador é um dos que mais agregaria à campanha de Alckmin. Alvaro, porém, rejeita a ideia de desistir da candidatura, tecendo inclusive inúmeras a incisivas críticas à aliança do tucano com o Centrão, grupo formado pelo PP, PR, PRB, DEM e SD.

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"Ai sim seria a grande incoerência. Porque estou combatendo o sistema. Sempre combati. As minhas mudanças de sigla ocorreram pelo desconforto".

Instado à respostas rápidas, já no fim do programa, disse que defende as cotas sociais, o cumprimento da legislação no caso do ex-presidente Lula, chamou o presidente dos EUA, Donald Trump, de "extravagante". Destacou ainda não ter nome para o Ministério da Fazenda. "Vamos primeiro ganhar a eleição, não importa o partido, se assessorou esse ou aquele candidato".

Indefinição sobre vice

Como a maior parte dos presidenciáveis, Alvaro Dias também não tem ainda fechado o nome do vice que comporá sua chapa. Disse que sua preferência é por Miguel Reale Junior, co-autor do impeachment de Dilma Rousseff que, a seu convite, filiou-se ao Podemos. Mas como acredita que terá uma coligação, vai aguardar a indicação dos demais partidos. 

Até a convenção do Podemos, em que o nome do senador deve ser confirmado na disputa ao Palácio do Planalto, no sábado (4), essa questão deve ser solucionada. É dessas alianças com partidos nanicos que depende o tamanho do tempo de televisão que o senador terá à disposição para propaganda partidária, que assim chegaria a quase um minuto.

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