Cid Gomes atacou o PT, cobrando um “mea culpa” do partido, em evento com militantes petistas, na segunda-feira, no Ceará. | Foto: Reprodução/Facebook

Um dia após bater boca com militantes petistas e dizer que o partido merece perder a eleição neste segundo turno, Cid Gomes, irmão do ex-presidenciável pelo PDT, Ciro Gomes, usou as redes sociais nesta terça-feira (16) para acalmar os ânimos. Cid escreveu que Fernando Haddad é “o menos ruim” e “seria melhor que ele ganhasse” a eleição presidencial. “Comparei os dois nomes que estão no 2º turno. O Haddad é infinitamente melhor que o Bolsonaro”, escreveu o senador eleito pelo Ceará. 

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Na noite de segunda (15), ao participar de um evento em apoio a Haddad, Cid atacou o PT, cobrando um “mea culpa” do partido. “Não admitir erros que cometeram é para perder a eleição. Vão perder feio”. Vaiado por militantes que acompanhavam o evento, ainda se dirigiu de forma agressiva a eles: “Lula o quê? Ele está preso, babaca. Lula vai fazer o quê? Babaca, babaca. Isso é o PT e o PT desse jeito merece perder.”

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Na mensagem desta terça, Cid voltou a cobrar uma autocrítica do partido e aproveitou para cutucar a candidatura Jair Bolsonaro. “A maioria do povo brasileiro quer virar duas páginas do nosso passado recente! Creio que a única forma de ajudar a evitar que essa ânsia popular de negação coloque o país numa aventura obscurantista seria uma profunda autocrítica da companheirada seguida de um encarecido e sincero pedido de desculpas; na sequência, uma palavra firme do Haddad de que governará suprapartidariamente. Será pedir demais? Muita ingenuidade? Penso assim pelo Brasil! Ajo assim pelos brasileiros!”, encerrou o irmão de Ciro Gomes. 

O movimento de Cid desencadeou reações instantâneas na campanha petista. Essa manhã, o presidenciável do partido convocou o coordenador, Jaques Wagner, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, e um dos mais habilidosos e próximos articuladores políticos, Rui Falcão, para uma reunião de emergência em um hotel em São Paulo onde têm ocorrido as reuniões do partido. 

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Fernando Haddad está, desde semana passada, preocupado com os rumos da campanha. O PDT, de Ciro e Cid, afirmou ter fechado uma aliança crítica com o PT. Porém, logo em seguida o ex-presidenciável viajou para a Europa. Na segunda veio a fala de Cid. No mesmo dia, mais cedo, o presidente da sigla Carlos Lupi se ausentou de uma reunião em que foi acordada uma “frente” de apoio ao PT com outros cinco partidos – PCdoB, PROS (que já estão na coligação), PSB, PCB e PSOL. 

Internamente, alguns petistas acreditam que os movimentos dos três pedetistas são casados. “O Lupi não tem escondido de ninguém a intenção dele de lançar o Ciro novamente à Presidência em 2022. Ele foi muito bem neste ano. Estão dando o troco porque não fechamos com eles no primeiro turno?”, deixou no ar um integrante do PT envolvido na campanha de Haddad que está no hotel de São Paulo nesta tarde.

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