O coordenador da campanha de Fernando Haddad (PT) no Ceará, deputado José Guimarães (PT-CE), considerou um “erro grave” as críticas desferidas pelo senador eleito Cid Gomes (PDT-CE) ao PT na noite de segunda-feira (15). Ele afirmou, porém, que o partido vai deixar para discutir a relação com a família Gomes somente após o segundo turno.
“Não é momento para discutir ajuste de contas de uma relação que vem desde 2006. Foi um momento inadequado, inoportuno”, disse Guimarães à reportagem nesta terça-feira (16).
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Guimarães destacou que Cid foi eleito senador na chapa de Camilo Santana (PT), reeleito em primeiro turno governador do Ceará. “Considero um erro grave do senador, que aliás, foi o senador do PT”, declarou.
‘Desabafo de Cid é sentimento majoritário no partido’, diz presidente do PDT
Já o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, colocou ainda mais fogo na polêmica. Ele disse, nesta terça-feira (16), que o desabafo feito por Cid Gomes representa “majoritariamente o sentimento da sigla”. “Não tem autocrítica no PT. O que o Cid Gomes está falando é verdade. Que autocrítica eles fizeram? Ele desabafou sentimento majoritário no partido.”
Lupi reconhece que o PDT tem parcela de responsabilidade por uma eventual vitória de Jair Bolsonaro (PSL), mas avalia que o PT é o principal responsável. “No PDT, temos nossos erros também. Nós contribuirmos com essas falhas. Mas quem cometeu mais falhas foi o PT”, afirmou.
‘Coisa meio acalorada, ele é meu amigo’, diz Haddad
Do outo lado, Haddad tentou apaziguar a declaração. O petista declarou que prefere ver o lado “positivo” das declarações de Cid Gomes e que a amizade entre os dois continua a mesma.
“Uma coisa meio acalorada, não vou ficar comentando isso até porque eu tenho uma amizade com o Cid, ele fez elogios à minha pessoa”, disse a jornalistas na manhã desta terça-feira (16).
Ciro não pretende reafirmar apoio à candidatura petista
O PT ainda aposta que o PDT, de Cid e Ciro Gomes, presidenciável derrotado ainda no primeiro turno, possa ingressar na campanha de Haddad, a menos de duas semanas do segundo turno.
Apesar dos pedidos da campanha petista, Ciro não fará aceno mais incisivo de apoio a Haddad e cumprirá decisão do partido de um anúncio crítico de voto, afirma Carlos Lupi. “Esse projeto do PT, que é hegemônico, nunca na história teve um momento de apoiar quem quer que seja. Eles só querem apoio”, disse.
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Em conversas reservadas, o próprio Ciro tem dito que já fez o aceno que deveria ter feito e que continuará se posicionando nas redes sociais apenas contra Bolsonaro, mas sem mencionar o petista.
“O apelo que fazemos é unir todos em nome do Brasil. O que está em jogo não é o PT, é a democracia. Depois do segundo turno, a gente senta e discute. Se tiver que romper a relação [com os Gomes], tem que ser de forma respeitosa, com respeito mútuo”, afirmou o coordenador da campanha no Ceará, José Guimarães .
Na segunda-feira (15), em Brasília, PT, PCdoB, PSB, PSOL, PROS e PCB assinaram um manifesto estabelecendo uma “frente ampla pela democracia”. O PDT, que declarou apoio crítico a Haddad contra a candidatura de Bolsonaro, não participou.
PT ainda procura apoio de outras legendas
A ideia do grupo, agora, é conseguir apoio de nomes de outras legendas, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), além de artistas, intelectuais e líderes religiosos.
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A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), chegou a dizer, antes dos ataques de Cid, que Haddad procuraria Ciro Gomes até este fim da semana, quando o adversário de primeiro turno deve retornar de uma viagem à Europa
Críticas de Cid Gomes
Em evento petista em Fortaleza (CE), Cid Gomes cobrou da direção do PT que fizesse um “mea culpa” dos erros cometidos. “Tem de fazer um mea culpa, pedir desculpa, ter humildade e reconhecer que fizeram muita besteira”, disse o senador eleito. “Não admitir os erros que cometeram é para perder a eleição. E é bem feito”, ressaltou.
Sob vaias de militantes petistas, Cid chamou de “babacas” aqueles que protestavam contra seu discurso e disse que o partido “merece perder” caso não faça uma autocrítica.
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