| Foto: Denis Sinyakov/AFP

Um astronauta e um príncipe entraram na disputa pela vaga de vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), que ainda procura opções no meio militar para o posto. Líder das pesquisas em cenários sem Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso e deverá ser declarado inelegível, Bolsonaro queria a advogada Janaína Paschoal como sua vice.

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Co-autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff em 2016, ela chegou a sentar ao lado do presidenciável em sua convenção no domingo (22). Mas, ao discursar, irritou Bolsonaro e seus aliados com uma fala pedindo moderação e criticando apoio cego ao deputado.

O desgaste catapultou o astronauta Marcos Pontes, 55 anos, o primeiro brasileiro a ir ao espaço, para o topo das preferências de Bolsonaro para a vice. Pontes é filiado ao PSL do presidenciável e já havia sido anunciado por ele como seu ministro da Ciência e Tecnologia, em caso de ser eleito.

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Bolsonaro se rasga em elogios a Pontes, que é um tenente-coronel reformado da Força Aérea. Em 2006, ele foi enviado à Estação Espacial Internacional em uma nave russa Soiuz, num golpe de propaganda do governo Lula, que pagou US$ 10 milhões pela carona sem fins científicos notáveis.

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Para horror de alguns apoiadores do presidenciável, Pontes já foi socialista. No caso, filiado ao PSB, partido pelo qual disputou uma vaga na Câmara em 2014, colhendo 43.707 votos e uma suplência. Em 2013, distribuiu o livreto “O Menino do Espaço”, no qual descrevia virtudes de forma apologética.

Um vice da realeza

Outro nome que está sendo considerado pelo deputado é o do príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança, da Casa Imperial Brasileira. Fundador do movimento antipetista Acorda Brasil, em 2014, o príncipe não está na linha de sucessão direta do trono abolido em 1889.

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Tem 49 anos e filiou-se ao PSL de Bolsonaro, inicialmente para disputar uma vaga na Câmara por São Paulo. Dois sites ligados a Bolsonaro o apontaram, em enquetes de internet, como um bom vice, o que fez o príncipe dizer em rede social que não havia nenhum convite formal.

Janaina, apesar da resistência, ainda não está totalmente descartada da disputa. Ela agregaria um verniz feminino à imagem de Bolsonaro, francamente negativa entre as mulheres segundo pesquisas qualitativas. E o deputado ainda trabalha com a possibilidade de trazer um nome do meio militar, preferencialmente um general de quatro estrelas.

Outros nomes, como o general da reserva Augusto Heleno (PRP) e o senador Magno Malta (PR-ES), também foram convidados inicialmente, mas não puderam aceitar por causa de vetos dos seus partidos.