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Boneco inflável representando o candidato presidencial Jair Bolsonaro é visto do lado de fora do Hospital Albert Einstein em São Paulo | MIGUEL SCHINCARIOL/AFP
Boneco inflável representando o candidato presidencial Jair Bolsonaro é visto do lado de fora do Hospital Albert Einstein em São Paulo| Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

O atendimento ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), esfaqueado em Juiz de Fora na tarde de quinta-feira (6), opôs os dois principais hospitais do país, ambos em São Paulo. Desta vez, o Sírio-Libanês, conhecido como "hospital dos poderosos", perdeu a disputa para o rival Albert Einstein.

Bolsonaro foi atendido na Santa Casa da cidade mineira, bem equipada, mas cuja posição periférica fez apoiadores e familiares do presidenciável pedirem avaliações externas do grave quadro de saúde.

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Enquanto discutiam o que fazer, o cardiologista Roberto Kalil, maior estrela do Sírio, enviou uma equipe de médicos chefiada por Ludhmila Hajjar, que coordena a Unidade de Terapia Intensiva do hospital paulistano.

O jatinho fretado pelo Sírio pousou por volta das 22h em Juiz de Fora. Os filhos de Bolsonaro agradeceram a oferta, mas tinham outros planos. Kalil é apelidado de o "médico dos presidentes", tendo atendido uma miríade de políticos, de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff a José Serra e Michel Temer.

A família discutiu a conveniência de colocar Bolsonaro, que tem como ponto de venda sua distância da política institucional, na lista.

Além disso, pesou a proximidade do deputado com a comunidade judaica, que é a gestora do Einstein, assim como os árabes do Levante estão associados ao Sírio. Aconselhados pelo empresário Fábio Wajngarten, apoiador de primeira hora de Bolsonaro e expoente da comunidade, os Bolsonaro optaram pelo hospital do Morumbi (zona sul de São Paulo).

Assim, quando os médicos do Sírio já examinavam Bolsonaro no pós-operatório, desembarcou em Minas um dos papas da gastroenterologia brasileira, Antonio Macedo, que trabalha no Einstein. Ele chegou por volta da meia-noite ao hospital e foi direto ver Bolsonaro, que estava acompanhado por políticos aliados e parentes.

Segundo uma pessoa presente, Macedo se desentendeu sobre um procedimento e chegou a ter uma discussão ríspida com Ludhmila, que deixou a Santa Casa e voltou a São Paulo com outros dois médicos do Sírio, Filomena Galas e Juliano de Almeida. A reportagem não conseguiu falar com os médicos para comentar o episódio.

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Por volta de 1h30 desta sexta (7), Macedo comunicou à família que uma avaliação a ser feita pela manhã definiria a possibilidade de remoção do deputado. Enquanto isso, Wajngarten e o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Nabhan Garcia, viabilizavam por meio de conhecidos uma UTI aérea e a locomoção para o Einstein.

Os dois viajaram num jatinho fretado com o candidato a senador pelo PSL-SP, Major Olímpio, às 6h30 para Juiz de Fora. A UTI aérea, cujo aluguel para uma viagem semelhante custa algo entre R$ 40 mil e R$ 50 mil, foi fornecida pela empresa Líder Táxi Aéreo.

Até agora, ninguém tocou no assunto pagamento – no caso dos hospitais, quase invariavelmente não há cobrança integral, dado que o ganho de imagem para a instituição acaba sendo grande.

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