O atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) não alterou a rotina dos servidores de seu gabinete na Câmara dos Deputados, em Brasília. Não foi montado nenhum esquema especial de segurança no local. O clima na manhã desta segunda-feira (10), porém, era de silêncio e de tristeza com o ocorrido em Juiz de Fora (MG) na semana passada.
Os funcionários estão atendendo muitas ligações e mensagens de solidariedade de pessoas buscando informações sobre o estado de saúde de Bolsonaro. O candidato não retornará ao seu gabinete antes do primeiro turno. A situação médica dele requer repouso e as viagens serão reduzidas até seu pronto restabelecimento.
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O movimento de apoiadores no gabinete – intenso desde o início do ano – cresceu nas últimas semanas. Formavam filas em frente a seu gabinete, que é de fácil acesso e fica no Anexo 3 da Câmara. Qualquer pessoa que se identifique na portaria da Câmara pode acessar os gabinetes dos parlamentares.
Esta também era uma preocupação dos seguranças do Bolsonaro. Além de dois militares da reserva que atuavam na sua proteção, agentes da Polícia Federal se juntaram também na escolta do candidato desde a oficialização de seu registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles ficavam na porta do gabinete e o acesso era controlado, mas quando saía nos corredores eram dezenas os pedidos de selfies e gravações em vídeos com o capitão-candidato.
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Diante dessa movimentação no gabinete, os servidores chegaram a requisitar à direção da Câmara uma sala para despachar em outro local. A presença dos apoiadores atrapalhava o trabalho. Quando o deputado está no gabinete, a situação fica delicada, explicou a assessoria de imprensa do parlamentar.
Se Bolsonaro passar para o segundo turno, e se vier a Brasília, o esquema de segurança no local será reforçado. E, se for eleito presidente, será triplicado o número de agentes a seu dispor. Hoje, a PF disponibiliza ao candidato do PSL 21 agentes, que se revezam. Esse número será ampliado agora para 25. Se eleito, então, chegaria a 60. A própria Presidência da República disponibilizaria sua estrutura para acompanhá-lo até a posse.
O gabinete do deputado é colado ao do filho, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Na manhã desta segunda, quatro funcionários estavam no gabinete de Bolsonaro e dois no do filho.
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