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O presidente do Patriota, Adilson Barroso, e o presidenciável Jair Bolsonaro: legenda usa o número 51, inspirada na cachaça famosa. | Reprodução / Patriota / Facebook
O presidente do Patriota, Adilson Barroso, e o presidenciável Jair Bolsonaro: legenda usa o número 51, inspirada na cachaça famosa.| Foto: Reprodução / Patriota / Facebook

Se vier a disputar a Presidência da República pelo Patriota, algo incerto ainda, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vai concorrer com o número 51. Este é o número de registro do Partido Ecológico Nacional (PEN), que vai dar origem à nova legenda, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O 51 não foi escolhido de forma aleatória pelo presidente e até agora dono da legenda Adilson Barroso, quando a fundou em junho de 2012. A razão do 51 é mesmo a associação e "inspiração" na marca de uma famosa cachaça fabricada no país desde 1951, ano de fundação que a batizou. 

Produzida no interior de São Paulo, em Pirassununga, a cachaça 51 ganhou fama também por seu slogan: "uma boa ideia". Expressão que foi associada à marca, presente no seu rótulo e nas propagandas da aguardente. Adilson Barroso adotou o 51 por se tratar de um número conhecido dos brasileiros e ser cercado de um certo folclore.

"Escolhi mesmo o 51 por ser um número de fácil memória. Está em todas as prateleiras do Brasil. Não tem brasileiro que não conheça a cachaça. Não é uma associação proibida, tanto que não foi vetada pelo TSE", disse Adilson Barroso. Mas a escolha teve, sim, resistências no tribunal. 

Na época em que julgou a concessão do registro ao PEN, o ministro do tribunal Marcelo Ribeiro, primeiro, negou o 51 como registro, por considerar se tratar de uma propaganda aberta da cachaça. Os advogados do PEN, porém, demonstraram que esse numeral havia sido usado no passado por outro partido político. Ou seja, já havia uma espécie de “jurisprudência” do 51 na política, o que convenceu o ministro a rever sua posição. 

O que não falta é justificativa para Barroso associar o 51 a seu partido. "A cachaça é um produto artesanal, com ligação com a ecologia", disse o presidente do PEN.

Ele relaciona também o 51 ao trabalho de cortador de cana-de-açúcar, que marcou sua infância e juventude. "De alguma maneira é também a lembrança de uma passagem dura que marcou a vida da minha família", diz. 

O fato é que o 51 e sua relação com uma boa ideia é explorada pelos candidatos do PEN nas eleições. Deputado federal eleito em 2014 com o número 5151, adaptado ao 51 estilizado do rótulo da cachaça, André Fufuca, do Maranhão, com concorreu com o seguinte slogan: "Construindo boas ideias".

Propaganda de André Fufuca na campanha para deputado federal pelo Maranhão, em 2015: número 51 segue a tipologia da marca de cachaça.Reprodução

Barroso, quando fez o pedido ao TSE, solicitou também o uso “alternativo” do número 56, que era do extinto Prona, cujo líder maior foi o cardiologista Enéas Carneiro. Enéas disputou três vezes a Presidência da República. Barroso se elegeu deputado estadual em São Paulo pelo Prona, em 2002, e foi próximo de Enéas. Mas acabou optando mesmo pelo 51 no TSE. 

Sobre as reais chances de Bolsonaro, de fato, se filiar ao Patriota, Barroso diz que elas existem, mas que já foram melhores. Os dois se estranharam por exigências do grupo de Bolsonaro para ter o controle do partido.  "Ainda não jogamos a toalha", diz Barroso.

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