| Foto: LJ/gk/LUCAS JACKSON

A campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a abertura de uma ação para investigar se o músico Roger Waters, ex-integrante da banda Pink Floyd, praticou abuso de poder econômico em favor da candidatura de Fernando Haddad (PT).

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Bolsonaro quer ainda que o tribunal apure se a empresa TF4 Entretenimento, que realiza a turnê no Brasil, fez caixa dois para o petista.

No documento encaminhado ao TSE, a campanha menciona a mensagem #EleNão que Waters exibiu em telão em show em São Paulo. Cita ainda os shows em Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro.

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Além da exibição da hashtag, a campanha destaca que Waters chamou Bolsonaro de fascista, chorou pela morte do mestre de capoeira Moa do Katendê, pediu justiça para Marielle Franco, assassinada no Rio, e solicitou autorização para visitar o ex-presidente Lula na prisão.

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Segundo a equipe de Bolsonaro, o músico fez associações entre os crimes e o candidato, estimulado pela propaganda petista.

“A irresponsável estratégia utilizada pelo marketing petista é inequívoca na apresentação polêmica do cantor Roger Waters, seja através do uso da hashtag “#EleNão”, seja pela menção à morte do capoeirista Moa visando associá-la ao candidato Bolsonaro, seja, ainda, pelas acusações de que JairBolsonaro é fascista, ditador, violento, e, agora, morte da vereadora Marielle Franco”, escreveram os advogados de Bolsonaro.

“A eficácia de uma mensagem de cunho eleitoral, transmitida em um show artístico, por um artista mundialmente admirado, para um público que equivale à população de cidades e países, é gigantesca, reverbera para além do espaço em que se realizou o show, pois alcança mídia e redes sociais, produzindo poderoso impacto no processo de formação do juízo do eleitor quanto ao pleito presidencial 2018”, acrescentaram.

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A campanha do capitão reformado destaca que o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, escreveu no Twitter que Waters recebeu R$ 90 milhões para fazer propaganda eleitoral disfarçada de show.

“Não bastasse, verifica-se que os shows do cantor Roger Waters [...] podem ter utilizado de verba pública, fato que agrava, ainda mais, o ilícito em análise, a fundamentar não só a investigação no âmbito eleitoral, como apuração de eventual ocorrência de crime ou outro ilícito civil”, diz o documento.

Lei Rouanet

Para a campanha de Bolsonaro, a T4F Entretenimento, que realizou o show, “é a maior beneficiária da Lei Rouanet no país”, o que torna a gravidade do caso “ainda maior”.

“Não resta, portanto, dúvida alguma quanto à veracidade da afirmação proferida pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, noticiada pela imprensa nacional, a revelar que a conduta do cantor Roger Waters foi premeditada e arquitetada pela empresa contratante e organizadora dos mencionados shows”, disseram os advogados.

Segundo eles, os fatos demonstram que “há evidente uso de grande quantia de dinheiro, utilizado de modo mascarado para massiva campanha eleitoral negativa” contra Bolsonaro, “através do uso da imagem e fama de cantor de prestígio internacional, ilícitos que podem ser imputados aos realizadores dos shows, por se tratar de pessoas jurídicas, como fontes vedadas de financiamento”.

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