Em 28 anos como deputado federal (sete mandatos consecutivos), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) nunca apresentou projeto ou fez campanha ou discursos enfáticos sobre redução do número de deputados na Câmara Federal. Agora, a pouco mais de seis meses da eleição, ele levanta essa bandeira, alegando que há deputados demais (513 ao todo) na Casa.
Ideias e propostas de redução de parlamentares, na Câmara e no Senado, estão entre as de maior apoio popular. Num evento na Associação Comercial do Distrito Federal, na tarde desta terça-feira (20), o deputado tirou esse coelho da cartola.
Leia também: CNJ abre investigação sobre desembargadora que atacou Marielle nas redes sociais
Bolsonaro disse também que deputado custa caro e tem muitas mordomias. "Gostaria de diminuir o número de parlamentares. Viemos aqui (em Brasília) dois dias por semana. A passagem aérea...Imaginem! São mil passagens aéreas (ida e volta de 500 deputados). É só multiplicar. Temos muitas mordomias", disse.
No final do ato, perguntado pela Gazeta do Povo sobre essa nova plataforma, Bolsonaro disse que a tarefa é para o Congresso Nacional e não para um presidente. Para se alterar o número de parlamentares é necessário uma proposta de emenda constitucional (PEC), que requer o apoio de dois terços das duas Casas. "Seria bom (reduzir número de deputados). Mas o parlamento é que vai definir".
Perguntado se tem projeto nesse sentido, respondeu: "vamos pegar o do Clodovil (ex-deputado que morreu em 2009)". Em 2008, o deputado Clodovil Hernandez (PR-SP) propôs uma PEC reduzindo de 513 para 250 o número de deputados. A proposta não avançou.
“Não tenho o que eles querem”, diz Bolsonaro, sobre o MBL
Bolsonaro comentou a decisão do Movimento Brasil Livre (MBL) em não apoiá-lo na eleição deste ano. O grupo anunciou nas suas redes sociais apoio ao empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, como candidato a presidente. O deputado desdenhou do anúncio feito por Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL. "Boa sorte para eles. O MBL nunca me apoiou e nunca me apoiará. Não tenho o que eles querem", afirmou.
Bolsonaro se negou, mais uma vez, a comentar o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco, ocorrido na quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. Entre os principais presidenciáveis, ele foi o único a não se manifestar sobre o episódio. "Não vou falar. Pode perguntar".
Lembrado ser o "homem da segurança pública", rebateu. "Não sou homem da segurança pública. Não sou da Polícia Militar nem da Civil".
Parlamentares tentam blindar Congresso das investigações da PF sobre emendas
Trump celebra avanço conservador na Alemanha e prevê mais vitórias; assista ao Sem Rodeios
PPP é aposta de Tarcísio para transformar os rios Tietê e Pinheiros
Gastos do STF superam custos da Família Real britânica, aponta levantamento