Apesar do mal-estar causado com a ideia de recriar a CPMF, o economista Paulo Guedes segue com prestígio na campanha de Jair Bolsonaro (PSL). Quem diz isso é o próprio presidenciável, em entrevista exclusiva à Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (21): “o Paulo segue firme”. Havia boatos de que seu guru econômico poderia se afastar da campanha após cancelar uma série de eventos em que falaria sobre seus planos para a área econômica.
Bolsonaro conversou com o jornal, por telefone, do seu quarto no Hospital Albert Einstein, onde está internado em recuperação da facada que sofreu durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro. Foi a primeira entrevista dele após o atentado – o deputado do PSL vinha se comunicado por meio de vídeos e posts nas redes sociais.
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O candidato a presidente tentou pôr panos quentes no episódio que teve Guedes como pivô. Em conversa fechada com investidores nesta semana, o superministro da área econômica de Bolsonaro defendeu um novo imposto nos moldes do que foi extinto em 2007 e que incidia sobre movimentações financeiras.
A fala causou mal-estar entre apoiadores do militar reformado e serviu de munição para os rivais dele na campanha eleitoral. O próprio Bolsonaro precisou desmentir que haverá aumento de impostos em seu governo. No debate na TV Aparecida, na quinta-feira (20), a candidata Marina Silva (Rede) ironizou Paulo Guedes: ‘parece que está tendo um incêndio dentro do posto Ipiranga’. “Se ele usa a palavra IVA (Imposto de Valor Agregado) e não CPMF, não tem confusão nenhuma”, disse à Folha.
Segundo a Gazeta do Povo apurou, Guedes quis dizer no dia da palestra que é possível substituir alguns tributos por um imposto único, chamado de IVA, que incidiria sobre transações financeiras nos moldes da antiga CPMF. A proposta é que o IVA seja peça-chave na reorganização tributária de um eventual governo Bolsonaro.
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“Parece uma boa ideia. A alíquota única do IR [também] é uma boa ideia”, afirmou o candidato à Folha, em referência à proposta de alíquota única de 20% do Imposto de Renda. Bolsonaro culpou a falta de traquejo político de Guedes e a imprensa pela confusão. “Olha, ele [Guedes] não tem experiência política. O cara dá uma palestra de uma hora, fala uma coisa por segundos e a imprensa cai de porrada nele”, disse à Folha.
Segundo a reportagem, Guedes conversou nesta sexta com Bolsonaro por telefone e irá visitá-lo no Einstein neste sábado (22).
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