“Se for eleito, espero dar um ippon na corrupção, na violência e na ideologia”, afirmou Bolsonaro, após receber homenagens do lutador de jiu-jítsu Carlos Gracie, a quem chamou de “ídolo intergaláctico”.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, falou sobre política externa, nesta quinta-feira (25), em rápida entrevista coletiva, na casa do empresário Paulo Marinho, no Rio de Janeiro, onde grava programas para o horário eleitoral. Bolsonaro afirmou que, se eleito, não vai fechar a fronteira com a Venezuela e negou que pretenda tomar qualquer medida drástica.

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“Ninguém quer fazer guerra com ninguém. A Venezuela é uma coisa que não poderia deixar chegar onde chegou. É uma fronteira seca, não seria a melhor medida fechá-la. Temos que buscar maneiras, talvez junto à ONU, de fazer ali campos de refugiados, para buscar solução para o caso. Roraima não suporta a quantidade de venezuelanos que têm entrado lá, mas o governo não pode dar as costas para a Venezuela”, disse.

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Em 30 de setembro, durante ato público de apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, o filho do presidenciável, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), causou polêmica ao falar em uma intervenção militar no país vizinho.

“O general Mourão já falou: a próxima operação de paz do Brasil será na Venezuela. Vamos libertar os nossos irmãos da fome e do socialismo. A melhor solução para a crise imigratória que vivemos é a saída de Maduro do poder. Enquanto o povo passa fome, ele come carne nos melhores restaurantes do mundo. A gente vai dar uma lição nesse narcoditador”, disse Eduardo.

Acordo de Paris

Nesta quinta, o presidenciável fez ainda críticas ao Acordo de Paris que, na sua visão, ameaça a soberania do Brasil sobre a Amazônia. “O triplo A está em jogo. É uma grande faixa que pega a Amazônia e vai até o Atlântico, que estaria não mais sob a nossa jurisdição, mas sob a jurisdição de outro país, como sendo ela essencial para a sobrevivência da humanidade. Nesse acordo de Paris, nós poderíamos correr o risco de abrir mão da nossa Amazônia?”, questionou. “Vamos botar no papel que não está em jogo o triplo A nem a independência de nenhuma terra indígena que eu mantenho o Acordo de Paris”, afirmou.

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Bolsonaro disse ainda ter conversado “outro dia” com Mauricio Macri, presidente da Argentina, e que “vamos ter um bom relacionamento”.O presidenciável também foi questionado sobre a relação com a imprensa europeia, que tem sido crítica a um eventual governo Bolsonaro, o candidato afirmou: “Não me conhecem e estão contaminados por alguns setores da mídia aqui do Brasil, que me tratam com muito preconceito”.

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Antes de conceder a entrevista, o candidato do PSL recebeu homenagens do mestre de jiu-jitsu Carlos Gracie, a quem chamou de “ídolo intergaláctico”. Ele estava acompanhado do presidente do partido, Gustavo Bebianno, que é lutador de jiu-jitsu, e de Robson Gracie.

Temas nacionais

Bolsonaro cobrou mais empenho dos parlamentares de seu grupo político – o PSL elegeu 52 deputados federais: “Do nosso pessoal eu quero mais empenho do que eles estão demonstrando agora. Em São Paulo, por exemplo, a preocupação número um não é eleger um ou outro candidato a governador, e sim somar votos para a nossa candidatura”.

Sobre não estar apoiando nenhum candidato a governador, em alguns estados como São Paulo e Rio, Bolsonaro afirmou: “Eu quero neutralidade porque não está garantida minha eleição no próximo domingo, e a eleição mais importante para quem está do meu lado é a minha, nos estados que cada eleitor decida o melhor”.

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Caso seja eleito, Bolsonaro afirmou que seu primeiro ato será “a nomeação de um ministério técnico, que realmente possa corresponder aos anseios do povo brasileiro e não de agremiações político-partidárias”.

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O candidato também disse que quer combater a ideologia nas escolas. “Qual é a máxima nas escolas públicas, não interessa o nível delas? É a formação de militantes. Nós queremos uma escola sem partido. Escola sem partido não é não discutir política. Pode discutir, mas não pode o aluno que tem uma posição diferente da do professor ter a nota rebaixada ou até ser reprovado. Essa ideologia tem que deixar de existir em nosso Brasil”, afirmou.

Questionado sobre como seu governo trataria os homossexuais, Bolsonaro negou que haverá perseguição. “O Estado não tem nada a ver com a opção sexual de quem quer que seja, ponto final. Aqui dentro deve ter algum homossexual, o que eu tenho contra? Nada. Minha luta é contra o material escolar, não interessa se é homo ou hetero, para criancinhas a partir de seis anos de idade. Quem trata de sexo é o papai e a mamãe. Quiserem implementar isso a partir de 2010. Tanto é verdade que houve o kit gay que em 2011 Dilma Rousseff mandou recolher”, afirmou.

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Sobre a investigação da facada de que foi vítima em setembro, Bolsonaro afirmou que está aguardando as investigações: “Não vou ser leviano a ponto de apontar possíveis responsáveis por esse atentado, que não foi um ato isolado”.

O candidato do PSL voltou a criticar a Lei Rouanet: “O problema do Ministério da Cultura é a Lei Rouanet, que é muito mal aplicada. Tem que ter uma pessoa lá que trate com carinho a questão dos recursos para os artistas”, afirmou. Ao final da coletiva, perguntado por um repórter se sabia que está programado para o próximo domingo um protesto gay na porta da sua casa, Bolsonaro respondeu “Você pode ir lá” e começou a rir.

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