Único militar na disputa presidencial, o capitão da reserva e deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) criticou duramente o anúncio do governo de uma intervenção federal no Rio de Janeiro. Segundo colocado nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro é uma espécie de porta-voz de parte dos militares na política e tem na segurança pública sua principal bandeira. Para o deputado, a decisão do governo é política e Temer usa as Forças Armadas para tentar melhorar sua popularidade.
“É um decreto político por parte do presidente Temer, que usa as Forças Armadas em causa própria”, disse Bolsonaro, que classificou a iniciativa como uma piada.
Bolsonaro disse ainda que intervenção mesmo Temer deveria fazer em seu governo.
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“A verdadeira intervenção tem que começar no governo Temer. E tirar a bandidagem que está do lado dele. Deviam sair todos de lá e descer para comer feijão com arroz.”
E complementou: “Um intervenção desse tipo sem uma causa de excludente de ilicitude (estado de necessidade) é piada” - afirmou.
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Um dos coordenadores da Bancada da Bala, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que é coronel reformado da Polícia Militar, afirmou que os militares correm o risco de passar vergonha no Rio. Ele é contra o uso dos militares nessa função, mas disse que votará a favor do decreto de Michel Temer.
“Sou contra isso. O militar não foi treinado para essa missão, que é da Polícia Militar e Polícia Civil, que conhecem esses meandros. Militar é treinado para ficar lá, esperando uma guerra que nunca vem. Quero ver quando o primeiro soldado disparar um tiro de fuzil e atingir uma pessoa que não tem nada a ver com a história”, disse Fraga.
Rodrigo Maia elogia Bolsonaro
No encontro com jornalistas na manhã desta sexta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou Bolsonaro. Disse que ele é um político que se reinventa, mas não acredita que ele estará no segundo turno da disputa presidencial.
“Eu elogio muito o Bolsonaro. Admiro sua capacidade de se reinventar na política e enxergar antes de todos muita coisa, como a atenção que ele deu as redes sociais. Olha os embates radicais que ele travou com o Jean Wyllys (deputado do PSOL) e Maria do Rosário (deputada do PT). Todos tratávamos como folclóricos. E vimos que virou um ator relevante na política nacional”, disse Maia, que seguiu na sua avaliação sobre o deputado do PSC.
“Outro ponto que o beneficia: o tema da segurança pública virou prioritário. Mas, na minha opinião, é que o discurso extremado acaba perdendo força. Ao longo do processo ele cresce e esvazia”, afirmou o presidente da Câmara.
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