Fernando Hadadd e Jair Bolsonaro: entrevista no Jornal Nacional foi praticamente simultânea| Foto: Nelson Almeida/AFP

Os presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), que passaram para o 2º turno nas eleições 2018, estiveram na noite desta segunda-feira (8) no Jornal Nacional, da TV Globo.

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Os candidatos se apresentaram por 2 minutos e depois responderam à polêmica sobre uma possível mudança na Constituição, já que uma nova constituinte foi proposta pelo PT e pelo General Mourão, vice de Bolsonaro.

Fernando Haddad: “Dirceu não é da minha equipe”

Por sorteio o candidato do PT foi o primeiro a falar. “Nós revimos o posicionamento. Vamos fazer todas as reformas devidas por emenda constitucional”, afirmou o presidenciável. Ele destacou nessa revisão a reforma tributária:

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“Quem sustenta [o Brasil] é o pobre, que paga mais imposto proporcionalmente. Os muito ricos não pagam nada, apenas uma porção pequena”, disse. Haddad propôs (assim como Bolsonaro) isenção para quem ganha até 5 salários mínimos. “É uma tese defendida desde janeiro em nosso plano de governo”, completou.

Fernando Haddad disse que quer realizar reformas por emendas constituicionais.  

O petista ainda propôs duas outras reformas. A primeira é a bancária: ele prometeu desconcentrar os juros bancários, propondo a baixa da Selic. “Assim os mais pobres e a classe média voltará ao consumo e vão exigir do mercado que empresário contrate mais pessoas”, avaliou. A terceira reforma proposta é o fim do Teto de Gastos que, na visão do presidenciável, afetou o investimento nacional.

Além da pergunta sobre a constituição, a apresentadora Renata Vasconcelos questionou a frase do petista José Dirceu, que disse que seria uma questão de tempo para o PT tomar o poder. Haddad disse discordar de Dirceu e garantiu que ele não faz parte da campanha e que vai “respeitar a democracia”.

Jair Bolsonaro: “Desautorizo General Mourão”

Na sequência, o apresentador Willian Bonner direcionou uma pergunta similar para Bolsonaro, pedindo que ele comentasse as frases de General Mourão, que disse que a “constituição [de 1988] foi um erro” e que ela poderia ser reformada por um conselho de notáveis.

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O apresentador lembrou, a exemplo de Renata Vasconcelos na questão a Haddad, que qualquer emenda constitucional precisa de três quintos dos deputados e senadores, sem alterar cláusulas pétreas.

Jair Bolsonaro respondeu que desautoriza as frases do vice. O capitão do exército disse que jamais poderia admitir uma nova constituinte. “Seremos escravos da Constituição”, disse. E comentou ainda que não entendeu o que o General quis dizer por “autogolpe” – outra afirmação dada por Mourão sobre os poderes do presidente.

Bolsonaro disse que vice “deu uma canelada” com frases sobre reforma constitucional. 

“Acreditamos no voto popular. Precisamos de um governo com autoridade e sem autoritarismo. Tenho certeza de que o que falta a ele (Mourão) é vivência com a política, e se adequará à função dele. Agradeço ao general, mas deu uma canelada”, disse Bolsonaro.

Na sequência, Bolsonaro disse que quer pacificar e “unir o povo brasileiro sob o hino nacional”. E que não aceitará o “toma lá dá cá” para escolher o time de ministros, o que deu a entender que não fará nomeações com base em apoios de outros partidos.

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Outro ponto abordado por Bolsonaro é a garantia de que não irá acabar com o programa Bolsa Família, e reforçou a isenção de imposto de renda para trabalhadores que ganham até 5 salários mínimos.