| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Durante a passagem pelos Estados Unidos, o deputado Jair Bolsonaro falou com a Agência Bloomberg sobre algumas de suas propostas para um eventual mandato na Presidência da República a partir de 2019 – ele é pré-candidato ao cargo pelo PEN, que vai trocar de nome e se chamar Patriota no ano que vem.

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Ele ressaltou que seu plano de governo ainda não está pronto e reconheceu francamente que tem apenas um “entendimento superficial” de economia. Mas expressou o desejo de manter a atual econômica do Banco Central, que é bem vista pelo mercado, e a reduzir a taxa de juros básicos da economia brasileira a 2% ao ano. A Selic nunca esteve abaixo de 7,25% nas últimas duas décadas – hoje está em 8,25%.

Bolsonaro admitiu a intenção de privatizar empresas estatais, incluindo a maior delas, a Petrobras, que é pivô do maior escândalo de corrupção da história brasileira. Sugeriu ainda restringir o acesso dos chineses a setores considerados como estratégicos para o Brasil. Por quê? “A China não tem coração”, justificou.

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Quanto ao principal item da agenda econômica do presidente Michel Temer, a Reforma da Previdência, o deputado reconheceu a necessidade da ação, mas disse a Bloomberg preferir uma abordagem mais gradual do que o projeto que tramita hoje no Congresso.

Na entrevista de uma hora aos jornalistas americano, Bolsonaro afirmou que há mais do que apenas uma retórica polarizadora em suas propostas e que pode fazer toda a campanha presidencial com um orçamento de apenas R$ 1 milhão.

Bolsonaro disse que se apoiará em sua capilaridade em redes sociais para disseminar sua mensagem aos milhões de brasileiros cansados da violência em espiral, corrupção generalizada e imigração indesejada. “Eu sou uma ameaça às oligarquias, sou uma ameaça para os corruptos contumazes, sou uma ameaça para aqueles que querem destruir os valores familiares. Essa é a ameaça que eu represento”.

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Ex-capitão do Exército, Bolsonaro se negou a chamar o regime militar de ditadura e fez uma firme defesa das duas décadas de governo de generais do Brasil. ”Existe esse sentimento, sim, por parte de uma minoria, cada vez menor no Brasil, de que eu sou aquele que poderia ser um ditador. Mesmo eu dizendo que, no Brasil, não houve ditadura”, disse. ”Eu sempre falo para a garotada – hoje, 30% da garotada está comigo no Brasil — procure seus avós, converse com eles como foi aquele período e como é hoje.”

Mais da metade dos apoiadores de Bolsonaro tem entre 16 a 34 anos e não viveram o período de ditadura militar, de acordo com recente pesquisa Datafolha. A Bloomberg destacou que, em meio às revelações quase diárias de corrupção envolvendo a elite política do país, a ficha limpa de Bolsonaro apenas aumentou seu apelo entre um eleitorado desencantado.