A três dias das eleições, o candidato a presidente do PSL, Jair Bolsonaro, fez acenos ao Nordeste, região que é reduto eleitoral do PT, e lamentou a prisão do ex-presidente Lula.
"Esse homem [Haddad] agora está a serviço de uma pessoa que tinha tudo para ser um grande presidente, um homem que ia deixar marcado na história, que foi o Lula, mas resolveu enveredar por outro caminho. Eu lamento o Lula estar nessa situação preso, mas ele está colhendo o que plantou", afirmou em entrevista à Radio Jornal, do Recife (PE), na manhã desta quinta-feira (4).
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Ele disse ainda que Lula quis que o Brasil fosse de um único partido e que o PT instituiu o "maior programa de corrupção do mundo".
Bolsonaro fez críticas a seu principal adversário, o petista Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e segundo colocado nas pesquisas. Ele disse que Haddad não conseguiu se reeleger prefeito e perdeu no primeiro turno para João Doria (PSDB).
A região Nordeste foi a única não visitada pelo presidenciável durante a campanha. Ele tinha uma viagem programada para três estados da região quando foi esfaqueado, em 6 de setembro.
Ele disse que virá do Nordeste "a grande surpresa positiva" nas urnas.
O candidato fez um aceno aos nordestinos ao dizer que vai priorizar a conclusão da transposição do Rio São Francisco.
"Nós não queremos começar nenhuma nova obra. Temos que priorizar essas que estão inacabadas e buscar concluí-las. Acredito que a transposição do Rio São Francisco, essa malha de distribuição para o nordeste seja a obra mais importante."
Outra mensagem direcionada à região foi postada em sua conta no Twitter.
"A essência do povo nordestino é uma das principais belas formas da diversidade cultural do Brasil. Graças a estes homens e mulheres o Brasil é um gigante hoje. Preservando nossos valores familiares e com o que temos em material humano e natural, podemos e seremos maiores ainda!", escreveu o presidenciável, que está em casa, no Rio de Janeiro, onde se recupera de uma facada.
Para afastar críticas sobre comentários supostamente preconceituosos que fez contra nordestinos no passado, lembrou que seu sogro, o Paulo Negão, é de Crateús, no Ceará. Ele disse ainda que sua filha mais nova, Laura, tem "sangue de cabra da peste".
Bolsonaro voltou a negar que planeje reeditar a CPMF, embora um imposto aos moldes do antigo tributo esteja nos planos de seu economista, Paulo Guedes.
"Não existirá CPMF assim como serão mantidos todos os direitos sociais. Teremos um ministro sim, mas acima dele teremos um comandante e esse comandante se chama Jair Bolsonaro", disse.
Ao fim da entrevista, ele disse que o autor da facada que o atingiu, Adelio Bispo Filho, merecia um 'cascudo' e pena de 18 anos de prisão.
"Se o senhor encontrar aquele cabra que lhe deu uma facada, o senhor daria um cascudo nele?", perguntou o entrevistador. "Ele merece, ele, no mínimo 18 anos de cadeia que está previsto em lei", respondeu.
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