Em palestra na Associação Comercial de Registro (SP), o pré-candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou que “muito possivelmente” anuncia nesta quarta-feira (18) um general como vice em sua chapa eleitoral.
Segundo o deputado Major Olímpío, aliado de Bolsonaro, o escolhido será o general da reserva Augusto Heleno, que já era especulado desde a última quarta-feira (11), conforme antecipou a Gazeta do Povo. “Ele disse que não aceitaria negociar o ‘toma lá, dá cá. Prefere que as pessoas não votem nele”, narrou Olímpio. A fala do deputado é uma referência à rejeição de Bolsonaro aos termos propostos pelo PR para fechar uma aliança com ele, o que inviabilizou o acerto com a legenda do Centrão.
O presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, diz que, agora, só falta um “ajuste partidário” para concretizar a indicação do general. Heleno é filiado ao PRP. “Ele aceita ser o vice. A questão agora é partidária. Se ele fosse do PSL já estaria certo. Ele é o mais cotado pelo espírito patriótico. É um nome que tem história, experiência e não é uma pessoa que quer enriquecer”, afirmou.
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Ao jornal Folha de S. Paulo, Augusto Heleno disse que está “pronto para cumprir a missão”, mas que seu nome ainda não está confirmado. “Eu não tenho essa notícia, continuo aguardando essa decisão. Estou pronto para cumprir essa missão, mas não tem nada decidido. Vamos esperar a evolução dos acontecimentos diante da pouca possibilidade de Magno Malta ser o vice. Conheço Bolsonaro de cadete, foi meu atleta”, disse o general, que também estava cotado para ocupar o Ministério da Defesa em um eventual governo Bolsonaro.
Será a primeira vez, desde a redemocratização, que uma chapa formada exclusivamente por militares se lança à sucessão presidencial. “Quero um cara com responsabilidade do meu lado. Chega desses bananas aí que compõem para ganhar tempo de TV, mais nada além disso, e continuar metendo a mão, roubando o nosso Brasil”, disse Bolsonaro na última terça-feira (17) em evento, em São Paulo.
A advogada Janaína Paschoal, um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, também chegou a ser cotada. Ela é filiada ao PSL, mas não desejaria disputar a eleição.
Sem coligação forte, pouco tempo de tevê
Na reta final da costura de alianças para disputar o Planalto, Bolsonaro desistiu do acordo com o PR e abriu caminho para que seu principal adversário hoje, Ciro Gomes (PDT), iniciasse uma ofensiva pelo partido. Líder nas pesquisas sem o ex-presidente Lula (PT), com cerca de 20% das intenções de voto, O presidenciável do PSL abriu mão do principal ativo do PR, valiosos 45 segundos de tempo de TV, e agora segue com oito segundos para fazer campanha e tentar se defender dos ataques de seus adversários durante o horário eleitoral. Se a coligação com o PRP for mesmo confirmada, Bolsonaro agregará mais quatro segundo de TV a sua campanha.
O capitão reformado tentava atrair o senador Magno Malta (PR-ES) para a vaga de vice de sua chapa, com o objetivo de aumentar sua interlocução com os evangélicos – Malta é ligado a esse nicho do eleitorado, com boa aceitação ao nome de Bolsonaro.
Na semana passada, porém, o senador anunciou que tentaria só sua reeleição e o acordo começou a naufragar. O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que o PR seria só um “apêndice” e que o “casamento” de seu partido era com Malta.
Até a semana passada, o comandante do PR, Valdemar Costa Neto, negociava com Bolsonaro, quando um dos filhos do presidenciável criou barreiras para uma coligação proporcional no Rio de Janeiro. O objetivo de Valdemar era eleger uma bancada maior de seu partido no Congresso e o entrave no Rio e em São Paulo bloqueou as conversas.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), aliado de Bolsonaro, foi escalado para conversar com o filho do pré-candidato e convencê-lo a ceder, mas não teve sucesso.
Ofensiva de Ciro
Avisados, aliados de Ciro Gomes iniciaram uma ofensiva sobre o PR. Segundo aliados, o ex-governador do Ceará, que deve se encontrar com Valdemar ainda esta semana, oferecerá a vaga de vice ao empresário Josué Alencar (PR-MG).
O cálculo de Ciro é pragmático: ao tentar atrair o PR, poderia provocar um efeito cascata nos outros partidos do chamado centrão, como DEM, PP, SD e PRB, que ainda estão divididos quanto a quem apoiar na corrida pelo Planalto.
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