Em coletiva a emissoras católicas, o presidente eleito Jair Bolsonaro, do PSL, disse que a fusão dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, “pelo que parece, será modificada”.
“Pelo que tudo indica, serão dois ministérios distintos”, declarou. “Pretendemos proteger o meio ambiente sim, mas não criar dificuldades para o nosso progresso”, afirmou, dizendo que a concessão de licenças ambientais pode levar “dez anos ou mais”.
“Serão dois ministérios distintos, mas com uma pessoa voltada para a defesa do meio ambiente sem o caráter xiita, como feito nos últimos governos”, disse. Na quarta-feira (31), o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, havia sinalizado que a fusão não estava certa. “O presidente ainda não bateu o martelo”, afirmou.
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O anúncio da fusão causou protestos na Frente Parlamentar Agropecuária, a chamada bancada ruralista, que vê a ideia com desconfiança. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticou a decisão, avaliando que ela trará prejuízos ao agronegócio, muito cobrado pelos países da Europa pela preservação ambiental.
Especialistas da área ambiental afirmam que a fusão é ruim para ambas as pastas, com risco de perdas irreparáveis para a conservação e uso sustentável do patrimônio natural do país.
Antes de voltar atrás nesta quinta-feira, os nomes mais cotados para assumir a nova pasta eram o da deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, e o do presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia.
Repercussão da proposta
A unificação das pastas era uma promessa de campanha do capitão reformado. Depois, ele se disse aberto às sugestões de setores do agronegócio que defendem a manutenção da separação.
Os últimos quatro ministros do Meio Ambiente também criticaram a possível fusão em entrevistas à Folha.
Segundo Marina Silva (Rede), a união se daria entre o órgão que tem a função de fiscalizar com o que é fiscalizado. Carlos Minc, sucessor de Silva na pasta, a decisão seria o maior retrocesso dos últimos 50 anos.
Izabella Teixeira, ex-ministra e sucessora de Minc, diz que a ideia demonstra desconhecimento da dinâmica de tomadas de decisão das pastas e que a fusão seria um apequenamento de ambos os ministérios.
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Sarney Filho (PV-MA), ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Michel Temer, classificou a fusão como uma tragédia para o Brasil e para o mundo.
Especialistas ambientais e ONGs também se demonstraram preocupação com a possível fusão. Segundo eles, a união poderia promover um aumento do desmatamento e maior violência no campo.
O agronegócio se mostra dividido quanto a possibilidade. O temor é que a união traga problemas exclusivamente ambientais para serem tratados pelo setor agrícola.
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