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 | Marcelo Andrade    /    Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Toda eleição tem seus ciclos. Ora um sobe, outro desce. E viram fenômenos. Se vieram para ficar, entram para a história. O ex-governador Ciro Gomes, do PDT, vive seu melhor momento nessa campanha. Está em uma boa fase: é o melhor posicionado numericamente entre seus concorrentes por uma vaga no segundo turno com Jair Bolsonaro (PSL), Isso depois de tudo que passou, o que surpreende seus próprios aliados. Entrou de vez na disputa para uma vaga ao segundo turno, depois da saída de Lula do páreo em definitivo.

Os pedetistas celebram e os arquitetos da campanha fazem planos e montam estratégias. A melhora de Ciro nas pesquisas - no Datafolha foi de 10 para 13% (dentro da margem de erro) e aparece numericamente em segundo, atrás de Jair Bolsonaro (PSL) - é atribuída ao programa de rádio e TV, a sua inserção nas redes sociais e boa parte às suas discutíveis ideias de governo, como limpar o nome de 60 milhões de brasileiros que estão endividados. A Pesquisa Ibope, divulgada nesta terça-feira (11), mostra uma pequena oscilação nas intenções de voto em um período de seis dias, de 12% para 11%, mas dentro da margem de erro.

Além de números, as campanhas vivem de percepções e estado de espírito da tropa. E a turma de Ciro está empolgada com o momento. Numa análise interna do partido, que a Gazeta do Povo teve acesso, o entendimento é que Ciro provocou a queda de Marina Silva (Rede) - ela oscilou cinco pontos, de 16% para 11% no Datafolha, e sem ser atacada de forma mais dura por algum adversário. No Ibope, Marina oscilou de 12% para 9% em seis dias.

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Ele está se beneficiando de um voto útil, que, entende seu staff, também atrapalha a ascensão de Geraldo Alckmin (PSDB). Na disputa direta com Fernando Haddad, do PT e agora candidato oficial, os "ciristas" acreditam que, sim, o petista irá ter um crescimento, mas Ciro vai junto e a o objetivo é levar esse duelo emparelhado até às vésperas do pleito. 

"Ciro está se transformando no candidato que rompe com a radicalização política" - diz o texto do PDT para os seus filiados. 

O pedetista vive dias distintos nessa campanha. Sua candidatura esteve bem próxima de anunciar o maior acordão dessa eleição. O Centrão que hoje está com Alckmin balançou para o seu lado, mas deu "bolo" na última hora. Exatamente na véspera da convenção do PDT. O desânimo era tanto que o presidente do partido, Carlos Lupia, bradou aos correligionários na convenção. 

"Está faltando Brizola na veia". 

Talvez agora não esteja. Mas Ciro virou uma aposta nesse momento. Entrou no jogo. Não bastasse a puxada de tapete do Centrão, o pedetista viu o PT - partido que sempre apoiou e do governo do qual foi ministro - dar-lhe também uma rasteira. O comando petista articulou e tirou o PSB do rumo de Ciro, o que o magoou. 

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A análise é que expor Ciro, agora que parece ter controlado seu temperamento mercurial, faz bem para sua campanha. Ele vai bem nas entrevistas e nos debates. É o mais eloquente, mostra entender de assuntos diversos e não deixa perguntas sem respostas minimamente convincentes. É esse o entendimento dos gestores da campanha e a receita do sucesso. Ao menos no momento. 

Sua briga agora será com Haddad. Já deu suas estocadas no petista. Nenhum dos dois lados, de olho no segundo turno, sabe que pode queimar pontes com o adversário.

Metologias

A Pesquisa Datafolha foi realizada com 2.804 entrevistas presenciais em 197 municípios, realizada no dia 10 de setembro de 2018. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança de 95%; A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR 02376/2018. Contratantes: Folha de S.Paulo e TV Globo.

O Ibope ouviu 2002 entrevistados entre 8 e 10 de setembro de 2018. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no TSE sob o n.º: BR-05221/2018.

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