O clima foi tenso durante o primeiro encontro público entre os desembargadores Rogério Favreto – plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que no domingo (8) concedeu habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –; João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato na Corte que revogou a decisão do colega de libertar o petista; e o presidente do Tribunal, Carlos Eduardo Thompson Flores, que manteve a prisão e retirou o pedido de liminar do plantão.
Durante cerimônia de posse do desembargador Osni Cardoso Filho, realizada nesta segunda-feira (9) na sede do Tribunal em Porto Alegre, os magistrados que estiveram no centro do impasse jurídico do domingo (8) nem sequer se cumprimentaram. Favreto, Gebran e Flores também não foram vistos conversando entre si, e a imprensa não foi autorizada a lhes dirigir perguntas.
No plenário da Corte, cada magistrado se sentou em seu lugar determinado pelo tempo de casa. Favreto ficou próximo ao desembargador Leandro Paulsen, presidente da 8.ª Turma, que julga os casos relacionados à Lava Jato.
De semblante fechado, Favreto passou boa parte da cerimônia de braços cruzados e digitando no celular e num computador portátil. O magistrado reclamou ao desembargador Jorge Antonio Maurique e a um advogado amigo sobre o fato de o ator Alexandre Frota ter divulgado seu número de telefone nas redes sociais. Favreto se queixou do excesso de ligações e mensagens que recebeu.
Gebran trocou poucas palavras com colegas que estavam do seu lado no plenário e sorriu em raras ocasiões. Thompson Flores conduziu a solenidade em tom sério. Em seu discurso, o presidente do Tribunal elogiou o novo colega, afirmando que “a cordialidade é fundamental para o trabalho da Corte”. Os três desembargadores passaram direto pelos repórteres presentes e deixaram o evento sem dar entrevistas.
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