A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou, em sua assembleia geral realizada nesta quinta-feira (20), pontos que os brasileiros devem prestar atenção com o início do processo eleitoral. Na mensagem do colegiado, os bispos afirmam que a eleição deste ano terá o importante papel de garantir o funcionamento da democracia brasileira, e a continuidade do processo de combate à corrupção.
O papel social dos futuros políticos eleitos é destacado pela CNBB, em oposição aos interesses do mercado financeiro. “Não merecem ser eleitos ou reeleitos candidatos que se rendem a uma economia que coloca o lucro acima de tudo e não assumem o bem comum como sua meta, nem os que propõem e defendem reformas que atentam contra a vida dos pobres e sua dignidade. São igualmente reprováveis candidaturas motivadas pela busca do foro privilegiado e outras vantagens”, afirmam os bispos.
A mensagem não cita partidos ou políticos e traz visões sobre pontos como o foro privilegiado e também sobre o cumprimento da Lei da Ficha Limpa. A autonomia dos Três Poderes e reafirmação da normalidade democrática são destacados como pontos que a Eleição 2018 deverá buscar garantir.
“Constituem-se, na atual conjuntura, num passo importante para que o Brasil reafirme a normalidade democrática, supere a crise institucional vigente, garanta a independência e a autonomia dos três poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – e evite o risco de judicialização da política e de politização da Justiça”, escrevem.
No documento, que contém citações do papa Francisco e também de seu antecessor, Bento XVI, os bispos falam que a atual situação do país, de crise, “exige discernimento e compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações responsáveis pela justiça e pela construção do bem comum”. Os bispos ainda alertam para o perigo das fake news, que trazem “prejuízos à democracia” ao desinformar a população e provocar discórdia.
A mensagem é assinada pelo arcebispo de Brasília e presidente da entidade, cardeal Sergio da Rocha, e pelo arcebispo de Salvador, dom Murilo Krieger. Com o título “Eleições 2018: compromisso e esperança“, o texto conecta a descrença gerada com a corrupção presenciada pelos brasileiros à esperança que deve prevalecer, com o compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações “responsáveis pela justiça e pela construção do bem comum”.
A entidade faz críticas à submissão da política “aos interesses do mercado” e afirma que essa lógica gerou “perda dos direitos e de conquistas sociais”. Também há críticas à polarização das redes sociais. “Os discursos e atos de intolerância, de ódio e de violência, tanto nas redes sociais como em manifestações públicas, revelam uma polarização e uma radicalização que produzem posturas antidemocráticas, fechadas a toda possibilidade de diálogo e conciliação”, afirmam.
PCC: corrupção policial por organizações mafiosas é a ponta do iceberg de infiltração no Estado
Festa de Motta reúne governo e oposição, com forró, rapadura, Eduardo Cunha e Wesley Batista
Davi Alcolumbre rejeita anistia ao 8 de Janeiro: “Não vai pacificar o Brasil”
“Elites políticas europeias vão ‘abanar o rabo’ para Trump”, diz Putin
Deixe sua opinião