| Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil/Fotos Públicas

O senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) revelou, na tarde desta sexta-feira (19), que fará um ‘repeteco’ da sua campanha em 1989. Alvo da Lava Jato, o senador quer se candidatar a presidente da República nas eleições de 2018, 25 anos de pois de ser alvo de um impeachment que cassou o seu mandato.

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A intenção de ser um dos que vai disputar a cadeira do mais alto cargo do Poder Executivo foi revelada à rádio Gazeta de Arapiraca, Alagoas. De acordo com o senador, o assunto será tratado na convenção do Partido Trabalhista Cristão (PTC), antigo PRN, pelo qual se lançou candidato em 1989.

Para o senador há um vácuo entre os possíveis concorrentes ao Palácio do Planalto, com extrema-esquerda de um lado, representada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e extrema-direita do outro, com Jair Bolsonaro (PSL). Isso deixou a interpretação de que Collor quer se colocar como mais uma opção para eleitores nas urnas deste ano.

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“Tenho uma vantagem em relação a alguns candidatos porque já presidi o País. Meu partido todos conhecem. Todos sabem o modo como eu penso e ajo para atingir os objetivos que a população deseja para a melhoria de sua qualidade de vida”, pontuou em entrevista à rádio.

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Impeachment

Collor foi o primeiro presidente do Brasil eleito pelo voto direto, depois de 29 anos, vencendo Lula, em 1989. Mas o governo dele caiu em desgraça em meio a denúncias que sacudiram a República. Collor foi acusado de corrupção pelo seu próprio irmão, Pedro Collor de Mello, em matéria de capa da revista Veja, em 1992.

O empresário Paulo César Farias, tesoureiro de campanha de Collor, foi a personalidade-chave do escândalo, que ensejou a abertura de um processo de impeachment – o primeiro na história da democracia na América Latina – contra o então presidente do Brasil. O “esquema PC”, que movimentou mais de US$ 1 bilhão dos cofres públicos, teria como beneficiários integrantes do alto escalão do governo e o próprio Collor.

Em setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprovou a abertura do impeachment contra Collor. Quatro dias depois ele foi afastado da Presidência, após o processo ser instaurado no Senado. Em meio ao julgamento, Collor renunciou ao cargo numa tentativa desesperado de manter seus direitos políticos. Mas já era tarde.

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Em 30 de dezembro de 1992, por 76 votos a favor e 3 contra, Fernando Collor de Mello foi condenado à perda do mandato e à inelegibilidade por oito anos. Dois anos depois, ele teve o processo por corrupção passiva arquivado pelo Supremo Tribunal Federal por falta de provas da ligação dele com o esquema de PC Farias. Mas a inelegibilidade foi mantida.

Investigado na Lava Jato

O senador é réu nas investigações da operação Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República acusa o parlamentar de receber R$ 29 milhões em propina pela suposta influência política na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.

Quando apresentada a denúncia, apesar de ter sido votada favoravelmente por unanimidade pelos cinco ministros da 2º Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Dias Toffoli e o relator da Lava Jato, Edson Fachin, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli apontaram que havia “excessos” na acusação da PGR.

À época da denúncia, em agosto de 2017, Collor disse em nota que “terá oportunidade de comprovar sua inocência na fase seguinte do processo, colhendo, mais uma vez, o reconhecimento de sua inocência”.

A denúncia contra Collor, apresentada em agosto de 2015 pela PGR, faz parte de uma das seis investigações sobre o senador abertas no STF, sendo cinco da Lava Jato e outra baseada na delação da Odebrecht sem relação com a Petrobras.

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