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O ex-prefeito Fernando Haddad foi o mais ovacionado pelos militantes entre as personalidades anunciadas pelo locutor do comício que Lula fez em São Paulo, após a condenação no TRF-4. | Nelson Almeida/AFP
O ex-prefeito Fernando Haddad foi o mais ovacionado pelos militantes entre as personalidades anunciadas pelo locutor do comício que Lula fez em São Paulo, após a condenação no TRF-4.| Foto: Nelson Almeida/AFP

A “sentença de morte” desferida pelo Tribunal da Lava Jato contra a sexta candidatura de Lula à Presidência da República já movimenta o PT nos bastidores. Ainda que a ordem seja manter Lula “vivo” como o nome da legenda para concorrer ao Palácio do Planalto em outubro deste ano – nesta quinta-feira (25), Lula foi lançado oficialmente como candidato, apesar da condenação no TRF-4. A avaliação de algumas lideranças petistas é que a antecipação do julgamento pode até acelerar essa discussão dentro do partido e colocar logo outro nome na rua.

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Com o impacto do resultado e as poucas chances de Lula candidato vingar ressurge, com relativa força, o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

“Talvez seja o ideal para o momento, ainda que não anunciado agora de imediato. É um nome relativamente novo, com alguma bagagem de Executivo, como ministro e prefeito, e com potencial de crescer. E mais até. É um bom nome para unificar o chamado campo da esquerda. E com o total apoio do Lula, esteja ele, Lula, onde estiver”, avaliou um petista que integra a direção nacional da legenda.

No ato da noite de quarta-feira (24), em São Paulo, com a decisão do tribunal já conhecida, Haddad foi o mais ovacionado pelos militantes entre as personalidades anunciadas pelo locutor do comício. Excluindo Lula. Outro cotado como presidenciável, o ex-governador baiano Jacques Wagner foi citado pelo apresentador, mas não empolgou a militância. É de se relevar que ele estava na “casa” de Haddad.

Em dezembro, Haddad foi escolhido coordenador de programa da candidatura de Lula. A situação hoje é bem outra. Como essa candidatura subiu, e muito, no telhado, o ex-prefeito pode ser “promovido” ao lugar do chefe.

O que pesa contra Jacques Wagner, um amigão do ex-presidente Lula: é da velha guarda do PT, não demonstra animação com a possibilidade e não empolga a militância. “É um nome difícil de ‘vender’. O Haddad é mais leve. E deixou a Prefeitura de São Paulo, ainda que derrotado pelo Doria, bem avaliado”, disse o interlocutor petista.

Dez dias atrás, a Polícia Federal indiciou Haddad por prática de caixa 2 eleitoral. “Depois do tombo que levamos com Lula, essa acusação é fichinha. E não tende a evoluir até a eleição. E tem presidenciável aí com poleiro muito mais sujo”, analisou o petista.

A ordem no PT continua sendo não falar, publicamente, em plano B. Mas o tema já toma conta do partido, que não abre mão de candidato próprio e, nas palavras de seus dirigentes, não vai “entregar de bandeja” os 35% das intenções de voto em Lula para nenhum aliado de outra legenda.

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