Para Vera Lúcia, só revolução dos trabalhadores será capaz de mudar o Brasil| Foto: Romerito Pontes/PSTU

Sob uma placa com o slogan “um chamado à rebelião”, o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) oficializou em convenção nesta sexta-feira (20) a candidatura da ativista sindical Vera Lúcia, 50, à presidência da República.

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“Os trabalhadores devem se organizar e fazer uma revolução. Só isso é capaz de mudar este país”, disse a presidenciável durante o evento, no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, no Tatuapé (zona leste).

O professor maranhense Hertz Dias, 47, também do PSTU, será o vice na chapa, que não terá coligação com outros partidos. Há “uma completa falta de opções”, dizem dirigentes da legenda.

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Para Vera, os trabalhadores não devem ter expectativa de que as eleições serão capazes de transformar o Brasil, já que são “um jogo de cartas marcadas”. Daí a necessidade de uma revolução, diz.

A adesão de partidos do Centrão à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), nesta quinta (19), simbolizou a escolha da classe empresarial pelo candidato mais viável para ela, na opinião da candidata socialista.

“É o movimento de setores da burguesia para encontrar seu candidato. Eles têm vários pré-candidatos, mas agora começam a se afunilar e a escolher seus porta-vozes”, afirmou.

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Em entrevista à Folha de S.Paulo em abril, a socialista disse que, se for eleita, expropriará cerca de cem empresas e que a prioridade passará a ser o atendimento às necessidades da população.

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“Hoje é como se toda a riqueza produzida se voltasse contra os trabalhadores”, afirmou. “Se queremos derrubar os de cima, nós, que somos aqui de baixo, precisamos nos organizar também.”

A convenção reuniu membros de partidos trabalhistas de países como México, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia e Peru.

Expulsa do PT em 1992

Vera assume o lugar na sigla que desde 1998 era ocupado por José Maria de Almeida. Ele, atual presidente nacional do PSTU, só não representou a legenda na corrida ao Planalto na campanha de 2006, quando a opção foi apoiar Heloísa Helena (então no PSOL).

Na eleição passada, em 2014, a legenda ficou em oitavo lugar na corrida presidencial, com 91 mil votos, ou 0,09% do total.

Pernambucana que mora em Aracaju (SE), Vera foi escolhida num acordo interno da direção partidária e formalizada como candidata por aclamação.

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Ela foi garçonete, datilógrafa e funcionária de uma fábrica de calçados. Formou-se em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe e hoje é ativista sindical.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

A presidenciável foi militante do Partido dos Trabalhadores, mas foi expulsa em 1992 e, em 1994, ajudou a criar o PSTU. 

Ela se posicionou a favor da prisão do ex-presidente Lula, em abril, mas disse que a condenação do petista não basta para acabar com a impunidade. “É preciso prender e confiscar os bens de Temer, Aécio, Alckmin, de todos os corruptos e corruptores”, afirmou.

A presidenciável foi candidata a deputada federal por Sergipe em 2006 e a prefeita de Aracaju em 2004, 2008 e 2012. Nunca ocupou cargo eletivo.

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DESEJOS PARA O BRASIL: Paz social, sem o abandono dos mais necessitados

Seu vice, Hertz Dias, é professor da rede pública no Maranhão e, como Vera, negro. Ele tem engajamento no movimento hip hop e fundou o Movimento Quilombo Urbano, que defende direitos de jovens negros da periferia.

O partido frequentemente se queixa de que o processo eleitoral brasileiro é antidemocrático, porque não oferece condições iguais para todos os candidatos e partidos, o que prejudica o PSTU. 

A sigla diz que, apesar disso, participa da campanha pela oportunidade de expor suas ideias e para tentar atrair simpatizantes.