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| Foto: EVARISTO SA/AFP

Apesar do discurso oficial de que esperam um voto consciente dos eleitores na reta final, integrantes do PSDB já não contam com a participação de Geraldo Alckmin (PSDB) no segundo turno e discutem, mesmo que informalmente, a liberação de seus quadros para apoio na eleição presidencial.

Não direcionar o voto seria, na opinião de tucanos, uma maneira de minimizar a já inevitável fragmentação do partido, que caminha para sair desta eleição menor do que entrou.

Mesmo com o maior tempo de TV (5min 32s), Alckmin se mantém fora do segundo turno em todas as pesquisas de intenção de voto e passou a ser alvo de críticas públicas de apoiadores, que já não escondem o desencanto com o desempenho dele.

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Se antes o enfraquecimento era sentido com a simples falta de empenho na candidatura do ex-governador de São Paulo, agora, alguns tucanos e seus aliados flertam abertamente com a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). A simpatia por um apoio ao capitão reformado ocorre em estados como Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Sul.

Outros defendem que, em um segundo turno sem presença tucana, o partido pregue o voto nulo, bandeira condenada pela maioria dos correligionários de Alckmin ouvidos pela reportagem ao longo desta semana. Esses integrantes do PSDB defendem que o partido libere seus quadros.

“Estou com Geraldo acreditando no segundo turno. Se não ocorrer, eu tomarei lado. Sou anti-PT”, diz o líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT).

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Ao ver a foto compartilhada por um dos filhos de Bolsonaro em que aparece um homem ensanguentado e amarrado, com um saco plástico envolvendo sua cabeça, um integrante da cúpula da campanha de Geraldo Alckmin disse que não era possível declarar apoio no candidato do PSL e defendeu a liberação de filiados não só no PSDB, mas também nos outros partidos do arco de aliança do tucano.

Desafeto declarado de Alckmin desde o início das discussões sobre quem seria o candidato tucano ao Palácio do Planalto, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB-AM), desembarcou da campanha de sua sigla ainda no primeiro turno. Declarou apoio a Marina Silva (Rede), como mostrou a Folha de S.Paulo na quinta-feira (27).

“Fiquei alheio a tudo que se passava nestas tratativas todas [da campanha presidencial tucana], mas não sem antes avisar que o governador Alckmin não chegaria a dois dígitos, que não iria para o segundo turno, seria um fracasso rotundo e o PSDB corria o risco de se esfacelar”, diz o prefeito, um dos que protesta contra a neutralidade da sigla em um eventual segundo turno sem a presença de seu correligionário.

Virgílio afirma ainda não saber como se comportará eleitoralmente após o primeiro turno, mas diz que seu partido tornou-se uma linha auxiliar de outras legendas.

“O PSDB ficou tão irrelevante que, pela primeira vez, ele não é polo. Perdemos diversas eleições para presidente, mas sempre no segundo lugar.”

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Presidente do diretório pernambucano do PSDB, o deputado Bruno Araújo disse nesta semana, durante uma sabatina, que não apoiaria o PT, mas que “vai ter que avançar nas discussões” em relação a apoiar Bolsonaro em um eventual segundo turno disputado entre Fernando Haddad (PT) e o capitão reformado do Exército.

Na entrevista ao Jornal do Commercio, do Recife, ele também criticou o discurso suave de Alckmin durante a campanha e admitiu que o PSDB pode sair menor da disputa presidencial deste ano. Procurado durante dois dias, o ex-ministro do governo Michel Temer que tenta uma vaga no Senado não se manifestou.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, outro tucano, o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), fez críticas à campanha de Alckmin. Apesar de dizer que continua trabalhando pela eleição do correligionário, Cunha Lima afirmou que Jair Bolsonaro conseguiu se mostrar uma alternativa anti-PT com mais competência que Geraldo Alckmin.

Em Minas Gerais, o deputado Marcos Montes (PSD), vice na chapa de Antonio Anastasia (PSDB) ao governo do estado, afirmou a apoiadores que defendeu junto ao tucano “dar as mãos ao candidato Bolsonaro” no momento em que ficar claro que Alckmin não vai chegar ao segundo turno.

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