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 | Fabio Rodrigues Pozzebom
/ Agência Brasi
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasi

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, tenta garantir a todo custo a segurança na eleição deste ano. Há duas semanas, mandou restringir o acesso interno a um sistema de acompanhamento de processos. A intenção é evitar vazamentos de informações e, assim, afastar mais um ponto que poderia vir a ser motivo de contestações. 

O programa Pje (processo judicial eletrônico) é público e pode ser acessado por todo cidadão. Contudo, os documentos só ficam visíveis após se tornarem públicos. Havia um grupo grande de funcionários do tribunal que acessava isso antes da publicização. Muitas vezes, as informações contidas ali eram partilhadas antes de liberadas pelo ministro responsável. O que, em alguns casos, acabava contestado pela parte interessada. 

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Agora, um número bastante reduzido de servidores, restrito aos chefes de áreas estratégicas, continua com permissão total ao Pje. A informação foi confirmada por servidores de diferentes setores do tribunal, desde à assessoria, passando pelo protocolo ao gabinete da ministra. 

Rosa assumiu o comando do TSE em meio ao processo eleitoral mais conturbado desde a redemocratização. De perfil mais discreto que os antecessores mais recentes, Luiz Fux e Gilmar Mendes, Rosa tem mantido sigilo entre os funcionários sobre diversos assuntos que antes corriam pelos corredores e feito questão de monopolizar decisões. Acredita que, assim, pode cumprir com sua primeira missão: garantir que o pleito de outubro seja realizado sem contestações. 

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Uma das preocupações é com o pleno funcionamento das urnas eletrônicas no dia da eleição. Elas já começaram a ser lacradas com a lista de candidatos que vão concorrer. 

O cuidado tem sido extremo especialmente devido à intenção, já manifestada, de alguns setores de questionar o resultado final do pleito. Semana passada, o presidenciável pelo PSL, Jair Bolsonaro, fez uma transmissão em suas redes sociais em que colocou em xeque a segurança da urna eletrônica. 

"Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade. Para mim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas são absolutamente confiáveis", enfatizou Rosa no dia seguinte. 

Pra não repetir contestações de 2014

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, também se manifestou em defesa do processo de votação usado no país e ressaltou que Bolsonaro foi eleito por meio das urnas. 

Contudo, essa conversa já ocorria nos bastidores entre tucanos e alas da direita que, na eleição de 2014, pediram auditoria do resultado em que Dilma Rousseff (PT) foi eleita. A averiguação dos tucanos não encontrou nenhum indício de fraude. Rosa Weber quer evitar a repetição desse episódio. 

O TSE realiza constantes auditorias nas urnas eletrônicas, inclusive fora do período eleitoral, abertas ao acompanhamento dos cidadãos. 

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