Advogados do ex-presidente Lula acompanham sessão do julgamento do habeas corpus no Supremo: mais uma tentativa.| Foto: Nelson Jr/SCO/STF

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou na noite desta sexta-feira (6) uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar evitar a prisão do petista. Os advogados pedem uma decisão liminar para barrar a prisão de Lula até que o STF decida, na próxima quarta-feira (11), sobre a possibilidade de prisão após segunda instância, ou até que terminem todos os prazos para apresentação de recursos no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). A reclamação da defesa foi distribuída por sorteio ao ministro Edson Fachin, que também é relator da Lava Jato na Corte e negou todos os pedidos de liminar impetrados pela defesa até agora.

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Fachin chegou a devolver os autos para a presidente do STF, Carmen Lúcia, para que ela confirme qual dos ministros deve relatar o pedido da defesa do ex-presidente. A presidente da Corte decidiu, porém, que não houve irregularidade na distribuição por sorteio e manteve a relatoria com Fachin. Não há prazo para que ele tome uma decisão.

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A defesa alega que os prazos do TRF-4 ainda não terminaram e, por isso, o processo do tríplex no Guarujá ainda não terminou de tramitar na segunda instância. Os advogados pedem que seja concedida uma liminar até que o TRF-4 faça o exame de admissibilidade dos recursos extraordinários, ou que Lula tenha o direito de recorrer em liberdade da negativa dos embargos de declaração, julgados pelos desembargadores no dia 26.

Lula tem até o dia 10 de abril para apresentar um novo recurso – os embargos de embargos – no processo do tríplex. Normalmente, esses recursos são considerados protelatórios e não são aceitos pelos desembargadores do TRF-4. Por isso, o tribunal notificou Moro nesta quinta-feira (5) sobre o exaurimento dos recursos em segunda instância, o que motivou a ordem de prisão do ex-presidente.

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A reclamação foi endereçada ao ministro Marco Aurélio Mello, relator das Ações Declaratórias de Constitucionalidade que tratam do tema da prisão em segunda instância. O STF informou, porém, que o caso foi distribuído por sorteio ao ministro Edson Fachin.

Fachin também é relator da Lava Jato no STF e tem negado todos os pedidos da defesa de Lula para evitar a prisão. Nesta quinta-feira (5), Moro emitiu o mandado de prisão contra o ex-presidente, menos de meia hora depois que o TRF-4 o notificou sobre o fim do processo em segunda instância. Moro estabeleceu um prazo até às 17 horas desta sexta-feira (6) para Lula se entregar à Polícia Federal, o que não aconteceu.

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Outros advogados

Segundo informação do jornal Folha de S. Paulo, advogados de vários estados do país entraram com pedidos de habeas corpus em favor de Lula no STF nessa sexta-feira. Pela Constituição, qualquer cidadão pode pedir habeas corpus em favor de outro que esteja sofrendo coação.