Deputado Onyx Lorenzoni (foto), indicado para Casa Civil em eventual governo Bolsonaro, tem rotina de ministro, com audiências e pedidos de setores| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No gabinete do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), no oitavo andar do Anexo 4 da Câmara, é uma romaria só. Apontado por Jair Bolsonaro (PSL) como futuro chefe da Casa Civil caso o capitão da reserva venha a ser eleito presidente, Lorenzoni passa o dia em audiências, onde recebe de parlamentares a representantes de setores. Todos interessados em se aproximar de um eventual governo Bolsonaro através de um de seus homens fortes. 

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Responsável também por angariar apoios no Congresso Nacional, Lorenzoni já recebeu cerca de 200 parlamentares em seu gabinete nas últimas semanas. Diariamente, cerca de cem pessoas “batem ponto” ali. O número de telefonemas diários saltou de 20 para 250 a 300. Lorenzoni, dado a relevância que ganhou no cenário político, tem tomado seus cuidados e providenciou segurança. 

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Clima de ‘já ganhou’ toma conta da Câmara

Pelos corredores da Câmara, deputados ligados a Bolsonaro são cumprimentados e o clima de "já ganhou" toma conta do espaço. Do outro lado, petistas fazem discursos inflamados contra o capitão da reserva e admitem a difícil situação do candidato petista, Fernando Haddad. Deputados do PT reeleitos, como Maria do Rosário (RS), que tem um histórico de divergências com o candidato do PSL, já fala sobre o "enfrentamento" que será no Congresso. 

Na Câmara, o PSL elegeu 52 deputados, vários deles egressos de movimentos que atuaram contra o PT nos últimos três anos e que ganharam notoriedade fazendo vídeos contra o partido. É a "bancada do youtube". Entre os representates dessa bancada, está a ativista Carla Zambelli (PSL-SP), que se notabilizou, durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ao se acorrentar numa das pilastras do Salão Verde da Câmara em protesto contra Dilma. Carla e seu grupo tinham o apoio do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha. 

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Esse grupo que fazia oposição ostensiva ao PT agora será colega de parlamento de muitos petistas. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) faz uma provocação aos novatos. "Nos criticaram tanto, fizeram todo aquele barulho e agora quero ver como será na prática. Achavam que deputado ganham demais. Vão abrir mão de seus salários? Que deputado tem mordomia, como as cotas de viagens, verba de gabinete e apartamento funcional. Eles e elas vão dispensar isso também?! E, agora eleitos, terão regras. O tempo para falar será cronometrado e estarão sob as regras do decoro parlamentar", disse Teixeira. 

Assédio de simpatizantes 

O assédio de visitantes simpatizantes a Bolsonaro continua intenso dentro do Congresso. Na última quarta-feira (18), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), reeleito com a maior votação da história para esse cargo e filho do candidato a presidente, estava cercado de militantes com o rosto de seu pai estampado em camisetas. 

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DESEJOS PARA O BRASIL: Mais espaço para a iniciativa privada

Eduardo, já de algum tempo, anda rápido pelos corredores para evitar essas abordagens e cumprir seus compromissos. Mas nem sempre dá certo. Alguns dos apoiadores chegaram a fazer um cordão de segurança voluntário ao redor do parlamentar na quarta. 

O próprio deputado, embalado pelo clima de ‘já ganhou’, começou a entrevista concedida a jornalistas falando dos planos de governo e, depois de um bom tempo, se deu conta que a eleição ainda não acabou. 

"Calma gente, vocês ficam perguntando como se já tivesse tudo resolvido. Não está. Estamos confiantes na vitória [de Bolsonaro]" , disse Eduardo na quarta-feira (18). No mesmo dia, seu pai declarou estar com "uma mão na faixa".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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