| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

Partidos de esquerda querem que seja proibido aos candidatos bancarem parte de suas campanhas, o chamado autofinanciamento. Na sexta-feira (9), PT, PDT, PSOL e PCdoB ingressaram com questionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) para que nenhum valor do bolso do próprio candidato possa ser usado, o que atrapalha planos de candidatos ricos

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Na minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso no ano passado, foi permitido que os candidatos doassem até dez salários mínimos para sua campanha. Esse limite foi vetado e posteriormente o veto foi derrubado pelos parlamentares, criando dúvidas sobre a regra e permitindo o entendimento de que o autofinanaciamento ficou liberado, sem limites. 

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Na ação, os partidos apontam que o autofinanciamento não está previsto na lei eleitoral, apesar de haver resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o tema, o que cria uma “insubordinação” do tribunal ao regular um assunto que não consta na lei. Os partidos também argumentam que o autofinanciamento é inconstitucional. 

Para os partidos da esquerda, o autofinanciamento viola “o princípio democrático, o princípio da isonomia e a competência privativa da União para legislar sobre direito eleitoral” e que já foi “objeto de vários questionamentos, na medida em que a possibilidade de autofinanciamento eleitoral privilegia os candidatos de robusto poderio econômico em detrimento dos demais, privilegiando uma elite econômica que dirige o Brasil há séculos”, afirmam. 

Como a derrubada do veto que proibia o autofinanciamento ocorreu em 7 de outubro, também há questionamento se a lei vale para essas eleições, o que eliminaria a possibilidade de autofinanciamento nesta eleição. Pela lei eleitoral, mudanças nas regras devem ser feitas pelo menos um ano antes do pleito. 

 O relator da ação no STF ainda não foi escolhido, o que ocorre por sorteio e pode ser definido ainda nesta segunda-feira.

O autofinanciamento é um assunto controverso e que ganha mais peso com a proibição do financiamento eleitoral por pessoas jurídicas. O prefeito de São Paulo, João Dória, foi um dos que colocaram dinheiro próprio em sua campanha

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