| Foto: LUIS MACEDO / Câmara dos Deputados

Citado algumas vezes por Jair Bolsonaro, do PSL, como seu futuro ministro-chefe da Casa Civil, em eventual vitória, o deputado federal de quarto mandato Onyx Lorenzoni (DEM-RS) está na linha de frente da campanha e das articulações políticas. É o homem do Bolsonaro para buscar adesões no Congresso. Desde o início desse ano foi na sua residência, em Brasília, que se deram almoços e jantares em torno do presidenciável. Onyx foi o responsável pelo apoio da influente bancada ruralista ao candidato do PSL, anunciado ontem. 

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Está num otimismo só. Em entrevista à Gazeta do Povo, afirmou que, a essa altura, Bolsonaro já tem o apoio de 310 deputados. "Temos número para aprovar mudanças na Constituição", disse. E assegura que uma gestão do capitão no Planalto terá uma base sólida no Congresso. Ele conta que a grande maioria desses apoiadores têm reeleição certa para deputados e senadores. O parlamentar está convicto da vitória no primeiro turno. Acha que os votos que ainda faltam virão do Nordeste. 

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Onyx desconversa sobre ocupar a Casa Civil, mas age como o futuro titular do cargo, atuando no apoio no Congresso Nacional. Ele foi o relator do pacote das 10 medidas contra a corrupção, todo descaracterizado na Câmara e Senado. Ganhou algozes por conta dessa missão. Não seguiu a orientação de seu partido em apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) e seguiu junto com Bolsonaro.

Leia entrevista abaixo. 

 Gazeta do Povo: Como o sr. obteve e costurou esse apoio da bancada ruralista? 

Onyx Lorenzoni: Em junho testemunhei e anunciei que tínhamos, aquela altura, apoio de 112 nomes de deputados, com CPF e tudo, em nosso apoio. Depois do recesso, de julho, essa lista foi aumentando, chegou a 144 nomes. Chegamos agora a 234 da bancada ruralista. Claro que não são todos. Ali tem uns cinco ou seis nomes do PT, e não tem razão para os outros não apoiarem. Mas a grande maioria fechou com o nosso projeto. Além de 27 senadores. Digo que hoje temos em torno dos 310 deputados ao nosso lado, que formam a maioria absoluta, inclusive para mudanças constitucionais (são necessários 308 votos na Câmara e 49 no Senado). Nos darão apoio no futuro governo. É a coroação de um trabalho feito meses a fio. Fazendo jantares e almoços que compareciam entre 112 a 140 deputados. E nos pediam para não divulgar seus nomes naquele momento. Agora, no caso dos ruralistas, por pressão da base, dos pequenos e médios agricultores, esse apoio veio. Essa pressão foi decisiva. 

Gazeta do Povo: Considera esse apoio obtido até agora suficiente para garantir a governabilidade? 

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Onyx Lorenzoni: Sim. Nos dá uma condição excepcional de garantir a governabilidade. Sem falar em outras bancadas, como a evangélica, que deve aderir, com certeza, a da construção civil. Teremos uma base sólida. Não tenha dúvida. 

 Gazeta do Povo: O cenário e a perspectiva de vitória aumentam a adesão? 

Onyx Lorenzoni: Com esse pessoal da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) já vinha sendo construída. Não tem a ver com cenário, mas com pressão da base, como disse. A mesma coisa ocorreu no impeachment da Dilma Rousseff. Nós tínhamos uns 160 deputados de oposição. Se muito. Tinha menos. Precisávamos de mais 200 (para aprovar abertura de impeachment são necessárioas 342 votos). Tínhamos que invadir a base da Dilma, apesar das maravilhas que o Lula oferecia. A força da mobilização extraordinária e as relações dos parlamentares com suas bases nos deram a vitória. 

Gazeta do Povo: Sobre as mobilizações de domingo em favor de Bolsonaro? E as contrárias, no sábado? 

Onyx Lorenzoni: As pessoas se organizaram pelo “zap”, grupos de pessoas. E sem organicidade de grupos como o Vem prá Rua ou um MBL. Temos uma ampla maioria nas ruas. As pessoas estão abrindo seus votos. A eleição agora é o verde e o amarelo versus o vermelho. Quanto ao chamado "EleNão" é direito do outro lado de fazer. Mas, pelo que vimos, parece que ajudou mais a nós do que eles. 

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Gazeta do Povo: Como será a estratégia de segundo turno? Ataques diretos ao PT? Termos como Venezuela e corrupção? 

Onyx Lorenzoni: Quem disse que haverá segundo turno? Nossos indicadores são de que não haverá. A candidatura do Bolsonaro está crescendo no Nordeste. Tinha dificuldade lá, nunca escondemos. Mais hoje cresce proporcionalmente mais que em outras regiões do país. Devemos chegar entre 25% a 30% lá. O que vai nos garantir a eleição no primeiro turno. 

Gazeta do Povo. O sr. foi citado algumas vezes por Bolsonaro como futuro chefe da Casa Civil de seu eventual governo. 

Onyx Lorenzoni: Sou amigo dele e articulo a base de seu apoio parlamentar. Qualquer outra coisa só depois do dia 8 (de outubro). Sou franco e pé no chão. A gente conversa depois do dia 8. 

Gazeta do Povo. Mas se houver segundo turno? O tempo de cada propaganda sai de 8 segundos para 5 minutos. 

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Onyx Lorenzoni: Se por acaso isso acontecer, estamos prontos. Já está tudo pronto. Empresa contratada. Tudo organizado. Mas não vai ter.