Num conjunto de 17 páginas, o presidenciável e deputado Cabo Daciolo , do Patriota, apresentou à Justiça eleitoral o que batizou de "Plano de Nação para a colônia brasileira".
Um homem temente a Deus e que sempre inicia e encerra sua fala com citações bíblicas, Daciolo faz uma defesa do Estado laico. Não casa com ele. Todos seus atos políticos - como lançamento de sua candidatura e a convenção de seu partido - se confundem com um culto religioso.
"Acredito no estado laico, ou seja, que ele não deve promover qualquer tipo de religião, mas isso não quer dizer que o povo não tenha a sua fé, que substancia os princípios pelos quais vivemos. O Brasil não é uma anarquia. É um país de decência e ordem", diz seu projeto de governo.
Programa de Governo: Cabo Daciolo
Daciolo quer distribuir 10% do PIB para as Forças Armadas e outros 10% para a Educação. Quer criar uma carreira de estado para os médicos, reduzir as taxas de juros e atrair investimentos estrangeiros. Só não dá dicas como atingirá tais metas. Seu programa é um compilado de dados oficiais, como número de escolas no país, o quanto de quilômetros pavimentados nas estradas - prometeu asfaltar 100% delas - e número de leito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Bombeiro militar, Daciolo tem ideias que se aproximam às de Jair Bolsonaro (PSL), o outro militar nessa disputa, mas das Forças Armadas. Ambos fazem o discurso de defesa da família, a necessidade da crença em Deus, o combate à ideologia de gênero, contra o aborto e a defesa intransigente das riquezas minerais. Ele prega uma união do "povo civil com o povo militar".
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"É de grande importância que nos dias atuais, a população brasileira seja tomada por um elevado senso de patriotismo a fim de que, sejam eleitos representantes e governantes patriotas e nacionalistas, que não vendam as riquezas e áreas estratégicas nacionais para atender interesses de grandes corporações internacionais ou de governos de outros países. Mas para que o Brasil recupere a sua noção de soberania plena é fundamental a união do povo civil com o povo militar, e que ocorra uma grande reforma nos quadros políticos do país", defende o candidato do Patriota.
A economia de Daciolo
Num dos capítulos derradeiros, Daciolo diz que governar é baixar juros e impostos. Só assim é possível, explica, atrair investimentos estrangeiros e competir com vigor no mercado internacional. Ele arrisca palpites na seara econômica:
"Não adianta reduzir impostos, se o setor público não diminuir os gastos e não eliminar privilégios. Iremos efetuar um equilíbrio de forças a fim de promover investimentos no setor público cruciais e ao mesmo tempo eliminar gastos excessivos e desnecessários".
DESEJOS PARA O BRASIL: Democracia aprofundada, com uma política moralmente exemplar
Daciolo trouxe uma novidade, que é uma espécie de medidor de sucesso de uma ação de governo: "Por meio de indicadores, a política pública será analisada a fim de se verificar os pontos de êxito e as falhas existentes".
E encerra seu projeto como uma citação dos Salmos:
"Bem-aventurada é a Nação cujo Deus é o Senhor".
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