| Foto: Nelson Almeida/AFP

A pesquisa Datafolha* para presidente da República divulgada nesta segunda-feira (10) mostra que o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), aparece pela primeira vez empatado tecnicamente com outros candidatos em segundo lugar nas intenções de voto. Haddad é candidato à vice-presidente de Lula, mas como o ex-presidente teve a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve assumir a cabeça da chapa. A substituição tem que acontecer até esta terça-feira (11), de acordo com a determinação do TSE. 

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Mesmo antes de oficializar a candidatura, Haddad chegou a 9% das intenções de voto neste Datafolha, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (PDT – 13%), Marina Silva (Rede – 11%) e Geraldo Alckmin (PSDB – 10%) na margem de erro, de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Na pesquisa Datafolha realizada em agosto**, Haddad tinha 4% das intenções de voto e estava atrás Marina (16%), Ciro (10%) e Alckmin (9%).

Haddad também melhorou seu desempenho nas simulações de segundo turno. O petista continua perdendo para Alckmin, mas em agosto a diferença era de 43% para o petista e 20% para o petista. Agora, Alckmin ganharia com 43% e Haddad ficaria com 29%. Na pesquisa de agosto, Haddad também perdia para Jair Bolsonaro (PSL), mas agora os dois empatam tecnicamente. 

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Ataque a Bolsonaro não trouxe crescimento significativo 

Outro destaque da pesquisa é que, ao contrário das expectativas, as intenções de voto em Jair Bolsonaro (PSL) não dispararam depois do ataque ao candidato na última quinta-feira (6). O candidato do PSL foi vítima de uma facada enquanto fazia campanha em Juiz de Fora (MG) e segue hospitalizado. Na pesquisa divulgada nessa segunda, Bolsonaro aparece com 24% das intenções de voto. Ele oscilou dentro da margem de erro, de dois pontos, em relação ao resultado de agosto, quando tinha 22%, segundo o Datafolha. 

A rejeição a Bolsonaro, em compensação, oscilou para cima. Em agosto, 39% dos eleitores diziam que não votariam no candidato de jeito nenhum. No levantamento divulgado nessa segunda, esse percentual passou para 43%. A oscilação está dentro da margem de erro.

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Com o crescimento abaixo do esperado e com o aumento na margem de erro, Bolsonaro pode voltar a ser alvo dos adversários na campanha presidencial. Os demais candidatos, principalmente Alckmin, tiveram que rever a estratégia de campanha depois do ataque. Com o resultado do Datafolha, as estratégias podem voltar a ter Bolsonaro como alvo de críticas. 

Em quase todas as simulações, Bolsonaro perde no segundo turno. Ele só empata com Haddad: 38% das intenções de voto para o capitão da reserva e 39% para o petista. 

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Marina Silva em alerta

A pesquisa Datafolha acendeu um sinal de alerta para a campanha de Marina Silva. A candidata viu sua rejeição oscilar para cima de um mês para o outro: de 25% em agosto para 29% em setembro – ainda na margem de erro. O mesmo aconteceu com Haddad: passou de 21% para 22%, também dentro da margem. 

As intenções de voto em Marina também caíram. Eram 16% em agosto, e agora 11%. 

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Entre os presidenciáveis, o desempenho de Marina Silva foi o que mais caiu nas simulações de segundo turno. Ela continua ganhando de Bolsonaro no segundo turno, mas a diferença agora é menor. Em agosto, Marina ganharia com 45% dos votos contra 34% para Bolsonaro. Agora, Marina teria 43% e Bolsonaro, 37%. 

Contra Alckmin, Marina também perdeu força no segundo turno. Em agosto, ela ganhava a disputa com 41% dos votos, contra 33% do tucano. Agora, os dois empatam tecnicamente: 38% dos votos para Marina e 37% para Alckmin.

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Ciro Gomes melhora desempenho 

Já Ciro Gomes, além de oscilar três pontos percentuais para cima de uma pesquisa para outra, também viu a rejeição cair. O pedetista tinha 10% das intenções de voto e 23% de rejeição em agosto. Agora, tem 13% das intenções de voto e rejeição de 20%. 

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Ciro também ampliou a vantagem sobre Alckmin e Bolsonaro em uma eventual disputa pelo segundo turno. Em agosto, Ciro perdia para o tucano. Agora, estão empatados na margem de erro. Na pesquisa anterior, o pedetista empatava com Bolsonaro no segundo turno. Agora, ganharia por uma diferença de 10 pontos percentuais: 45% a 35% para o capitão da reserva. 

Alckmin continua na mesma

Geraldo Alckmin continua praticamente na mesma de uma pesquisa para a outra. As intenções de voto oscilaram apenas um ponto percentual para cima de agosto para cá. Alckmin também viu a rejeição oscilar para baixo: de 26% para 24%, dentro da margem de erro. 

O candidato ganha de Haddad nas simulações de segundo turno – e, mesmo assim, com uma diferença menor do que a pesquisa de agosto apontava. O tucano só melhorou o desempenho contra Bolsonaro em um eventual segundo turno – o que pode ser um indicativo de que sua campanha com duras críticas ao capitão da reserva pode estar dando resultados. 

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Metodologias

*Pesquisa Datafolha com 2.804 entrevistas presenciais em 197 municípios, realizada no dia 10 de setembro de 2018. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança de 95%; A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR 02376/2018. Contratantes: Folha de S.Paulo e TV Globo.

** Pesquisa Datafolha com 8.433 eleitores feita em 313 municípios entre os dias 20 e 21 de agosto de 2018. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Levantamento registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR 04023/2018. 

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]