Pesquisa do Datafolha publicada neste domingo (10) mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua a ser o nome mais influente da corrida presidencial. Preso há dois meses e inelegível pelos critérios da Lei da Ficha Limpa, o petista lidera o único cenário de primeiro turno em que é testado, com 30% das intenções de voto. Também vence em outras três simulações de segundo turno - contra Jair Bolsonaro (PSL), 49% a 32%, Marina Silva (Rede), 46% a 31%, e Geraldo Alckmin (PSDB), 49% a 27%.
Além disso, a pesquisa aponta que 30% dos eleitores dizem que votariam com certeza num candidato indicado pelo petista e 17% dizem que talvez o fariam. Nas simulações sem o ex-presidente, mais de 40% dos seus eleitores dizem não ter em quem votar.
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O Datafolha testou quatro cenários de primeiro turno (três deles sem Lula) e 12 de segundo turno. É a primeira pesquisa feita pelo instituto após a greve dos caminhoneiros.
Bolsonaro é destaque sem Lula
Em todas as simulações em que Lula está ausente, Bolsonaro lidera numericamente, com 19%, seguido de Marina - em dois casos ela aparece com 15% e em um com 14%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
O principal número positivo para Bolsonaro, contudo, é ter superado numericamente Lula na pesquisa espontânea, na qual não são apresentados nomes aos entrevistados. Nesse tipo de sondagem, o deputado federal tem 12% contra 10% do petista.No último Datafolha, de abril, Lula vencia Bolsonaro por 18% a 10% na espontânea.
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Os dados da pesquisa espontânea são os únicos comparáveis com as sondagens anteriores. Na pesquisa estimulada, os nomes colocados ao entrevistado são diferentes em todos os cenários, o que prejudica a qualidade da comparação.
Diferenças entre cenários
No primeiro dos quatro cenários de primeiro turno da pesquisa estimulada, Lula lidera com 30%, seguido de Bolsonaro (17%), Marina (10%), Alckmin (6%), Ciro Gomes (PDT) (6%), Alvaro Dias (Podemos) (4%).
No segundo cenário, com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad no lugar de Lula pelo PT, Bolsonaro vai a 19%, Marina fica com 15%, Ciro tem 10%, Alckmin obtém 7% e Alvaro, 4%. Haddad tem 1%.
No terceiro, com o ex-governador da Bahia Jacques Wagner no lugar de Lula, Bolsonaro continua com 19%, Marina fica com 14%, Ciro tem 10%, Alckmin obtém 7% e Alvaro, 4%. Wagner fica com os mesmos 1% de Haddad.
No quarto cenário, sem candidato do PT, Bolsonaro continua com 19%, Marina fica com 15%, Ciro tem 11%, Alckmin obtém 7% e Alvaro, 4%.
Outros nomes
Em todos os cenários estimulados, Manuela D’Ávila (PC do B) e Rodrigo Maia (DEM) oscilam entre 1% e 2%. Aldo Rebelo (SDD), Fernando Collor de Mello (PTC), Flávio Rocha (PRB), Guilherme Afif (PSD), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), Josué Alencar (PR) e Levy Fidelix (PRTB) oscilam entre 0 e 1%. Paulo Rabello de Castro (PSC) não alcança 1% em nenhum cenário.
Segundo turno
Nos nove cenários de segundo turno sem Lula medidos pelo Datafolha, há equilíbrio entre os candidatos. Ciro tem 32% contra 32% de Alckmin. Bolsonaro empata em 33% contra Alckmin. Alckmin aparece com 36% contra 20% de Haddad. Marina tem 42% contra 32% de Bolsonaro. Quando a candidata da Rede enfrenta Alckmin, vence por 42% a 27%. Ciro tem 36% contra 34% de Bolsonaro e ganha de Haddad por 38% a 19%. Bolsonaro tem 36% contra 27% de Haddad. Por último, Marina ganha de Ciro por 41% a 29%.
Temer, o presidente mais impopular desde a redemocratização
A pesquisa mostra que a taxa de reprovação do presidente Michel Temer (PMDB) subiu 12 pontos porcentuais. Os que consideram seu governo péssimo ou ruim chegam a 82% contra 70% na última mostra do instituto, divulgada no dia 15 de abril. Os números confirmam Temer como o presidente mais impopular desde a redemocratização (1985): apenas 3% consideram sua gestão ótima ou boa e 14% regular.
Metodologia
Pesquisa presencial realizada pelo Datafolha de 6 a 7 junho de 2018 com 2.824 entrevistados em 174 municípios brasileiros. Encomendada pelo jornal Folha de S. Paulo. Registro no TSE: BR-05110/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais e para menos.
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