O partido Patriota escolheu o deputado federal Cabo Daciolo (RJ) para ser o candidato da legenda na disputa pela Presidência da República, em convenção realizada na cidade de Barrinha, no interior de São Paulo, neste sábado (4).
Ele foi lançado pré-candidato pelo Patriota em março, como alternativa encontrada para substituir Jair Bolsonaro, que por algum tempo foi tido como estrela do partido, embora não tenha chegado a se filiar. Nas redes sociais, já há quem tente convencer eleitores de Bolsonaro a mudar para o Cabo Daciolo.
Daciolo é conhecido por controvérsias. Em setembro de 2017, então no PTdoB do Rio de Janeiro, o deputado defendeu em discurso o fechamento do Congresso e uma intervenção militar no país. Disse que ali só havia corruptos e pediu que os brasileiros estendessem a bandeira do Brasil nas suas janelas e varandas em forma de protesto.
Em março deste ano, ao ser lançado pré-candidato pelo Patriota, Daciolo disse à Gazeta do Povo que não retirava “uma vírgula” do que falou sobre o fechamento do Congresso e afirmou ainda que a Câmara era dominada por uma quadrilha.
O deputado também é famoso por declarações extravagantes. No mês passado, subiu à tribuna do Plenário para profetizar a cura de uma colega. Daciolo, com a Bíblia nas mãos, anunciou que em minutos a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), deixaria a cadeira de rodas e começaria a andar entre os deputados – Gabrilli foi vítima de um acidente de carro em 1994, em São Paulo, que a deixou tetraplégica.
Também na tribuna, pediu ao presidente Michel Temer que “abandone a maçonaria, abandone o satanismo” e “venha correndo para Deus”.
O deputado foi um dos políticos que ganhou projeção nas redes sociais com a greve dos caminhoneiros, em maio deste ano, ao apoiar um dos líderes do movimento, o motorista Wallace Landim, conhecido como “Chorão”. No final de maio, o congressista chegou a levar “Chorão” para discursar na tribuna da Câmara dos Deputados.
Sargento licenciado do Corpo de Bombeiros, o deputado também teve destaque como líder do movimento grevista de integrantes da corporação no Rio de Janeiro em 2012.
Em 2015, Daciolo foi expulso pelo PSOL sob a acusação de contrariar o programa do partido de esquerda ao tentar incluir Deus na Constituição Federal e ao defender os PMs presos no caso Amarildo. Evangélico, ele apresentou uma proposta para modificar o parágrafo 1º da Constituição, que afirma que “todo poder emana do povo”. Queria substituir povo por Deus.