Ao analisar as pesquisas de intenções de voto, desde 2002, dois dos três primeiros colocados nas pesquisas realizadas após o primeiro debate foram para o segundo turno. O histórico também leva a crer que o candidato líder de intenções durante maior período da companha foi, de fato, eleito.
Neste sentido, os candidatos que teriam mais chances de ir para o segundo turno das eleições, em um cenário sem Lula, seriam Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (REDE) e Ciro Gomes (PDT), de acordo com a pesquisa divulgada pelo Paraná Pesquisas*, do último dia 15 de agosto.
FIQUE POR DENTRO: Confira todas as pesquisas divulgadas até agora em 2018
Já em um cenário com ex-presidente petista, os candidatos com maiores chance de marcar presença no segundo turno das Eleições Presidenciais de 2018 seriam: Lula (PT), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (REDE). Contudo, especialistas afirmam que essas eleições podem surpreender.
O ano da incerteza
A corrida eleitoral deste ano está atípica. Desde 1994 foi fácil para os institutos de pesquisa elencar os três protagonistas do pleito. Mas o cenário atual não permite que o segundo turno seja desenhado para os eleitores e especuladores, opina o doutor em Ciência Política Émerson Cérvi.
O professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFPR atribui ao enfraquecimento do PT e PSDB esta nova composição de intenções. “Depois de muito tempo seus candidatos não figuram entre os dois favoritos”, afirma Cérvi .
VEJA TAMBÉM: Com apoio de Lula, Haddad aparece empatado tecnicamente com Bolsonaro
Segundo o especialista, é possível comparar as eleições deste ano com o cenário de 1989, quando aconteceram inúmeras reviravoltas durante a campanha eleitoral e o candidato que liderava as pesquisas em abril não chegou sequer ao segundo turno. Pelo Data Folha, em 24 de abril daquele ano, Orestes Quercia (PMDB) era o líder, com 18%.
Nesta eleição os dados aparecem diluídos entre os candidatos, o que torna muito mais difícil afirmar quem serão os três primeiros colocados. E ainda existe o fator Lula. “Dizer que as intenções irão para candidato x, ou y é mero achismo”, diz Cérvi, que reforça ser impossível prever para onde os votos irão se a cassação da candidatura for concretizada.
Retrospecto
Em 2002, de acordo com o Data Folha, figuravam entre os três favoritos, respectivamente, Lula (PT), Ciro Gomes (PPS) e José Serra (PSDB). Ciro Gomes chegou a abrir uma boa vantagem sobre Serra, mas sua campanha agressiva sofreu desgaste e não teve fôlego para manter os bons números até a data da eleição. Lula e Serra foram para o segundo turno e o petista foi eleito.
Na eleição seguinte, em 2006, a pequisa Data Folha do dia 29 de agosto trazia como soberanos nas intenções de voto Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Heloisa Helena (PSOL), que aparecia na terceira posição, apresentava apenas 10% de preferência. Os dois primeiros, como previsto na pesquisa, foram para o próximo turno e a reeleição de Lula se concretizou.
DESEJOS PARA O BRASIL: Formar cidadãos éticos para um mundo em transformação
Em 12 de agosto de 2010, a pesquisa do mesmo instituto apontava Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB) no segundo turno. E assim o foi, com a petista derrotando no segundo turno o candidato tucano.
Na eleição presidencial passada, também no período de agosto, pesquisas indicavam Dilma (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) como principais nomes das intenções de voto. Mais uma vez houve o duelo entre PT e PSDB no segundo turno e depois de uma disputa bem acirrada Dilma foi eleita.
*
Fonte: Paraná Pesquisas. A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 13 de agosto de 2018, com 2.002 eleitores de todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o n.º BR-02891/2018 para o cargo de presidente.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Moraes vota pela condenação de deputados do PL denunciados em caso de emendas