Sob a ameaça de inviabilização de uma eventual candidatura do ex-governador da Bahia Jaques Wagner à Presidência, o PT começou a debater nesta semana um “plano C”: o ex-ministro Celso Amorim. Após operação de busca e apreensão da PF na casa de Wagner, em Salvador, petistas passaram a discutir a hipótese de lançamento de Amorim caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja mesmo impedido de concorrer à Presidência.
Para dar visibilidade ao ex-chanceler, dirigentes petistas estudam anunciar o nome de Amorim para vice na chapa de Lula, uma vez que o PT não deverá ter aliados no primeiro turno da disputa presidencial deste ano.
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Sem experiência eleitoral, Amorim poderia, então, cumprir agendas ao lado de Lula sem que fosse interpretado como um ensaio para a eleição. Na avaliação de petistas, a escolha de Wagner ou do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para vice seria automaticamente encarada como capitulação de Lula. Já Amorim poderá mesmo ser vice de Lula se a candidatura do ex-presidente for mantida. Do contrário, Amorim poderá assumir a cabeça de chapa.
Amigo de Lula, Amorim foi ministro da Defesa e das Relações Exteriores. Atualmente, atua como um dos principais articuladores do movimento em defesa da candidatura do ex-presidente. Seu nome passa ao largo das denúncias de que petistas são alvos. No fim do ano passado, o nome do diplomata chegou a ser cogitado como alternativa para a disputa presidencial, debate que continua formalmente interditado no partido. Ele chegou a viajar ao lado de Lula nas caravanas pelo Nordeste, Minas e Rio de Janeiro.
O rebuscamento de seu discurso foi, no entanto, considerado um dos obstáculos para sua candidatura. Além disso, Wagner era apontado por petistas como o preferido de Lula para “plano B” do partido.
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