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Lula publicou nesta terça-feira um artigo no jornal americano The New York Times em que critica a Lava Jato e afirma ser vítima de um golpe das forças da direita | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Lula publicou nesta terça-feira um artigo no jornal americano The New York Times em que critica a Lava Jato e afirma ser vítima de um golpe das forças da direita| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na véspera do ato organizado pelo PT para registrar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, o jornal americano The New York Times publicou um artigo do ex-presidente. No texto, Lula critica a Lava Jato e afirma ser vítima de um golpe das forças da direita para tirá-lo da disputa eleitoral.

Preso em Curitiba desde 7 de abril, após ter sido condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro em decorrência das investigações da Lava Jato, o petista volta a fazer críticas ao juiz Sergio Moro, a quem chama de aliado dos grupos conservadores, e à imprensa brasileira.

DESEJOS PARA O BRASIL: Democracia aprofundada, com uma política moralmente exemplar

“Moro tem sido celebrado pela mídia de direita do Brasil. Ele se tornou intocável”, afirma Lula no texto, intitulado “Eu quero democracia, não impunidade”. “Mas a verdadeira questão não é o Sr. Moro; são aqueles que o elevaram a esse status de intocável: elites de direita, neoliberais, que sempre se opuseram à nossa luta por maior justiça social e igualdade no Brasil.”

Lula diz que sua prisão é motiva por questões políticas

De acordo com ele, conservadores agem para reverter o progresso dos governos PT e estão determinados a impedir o partido voltar ao cargo em um futuro próximo.

Na apresentação do ex-presidente, o jornal enfatiza que Lula escreveu o texto da prisão. Nele, o petista afirma que, embora esteja na cadeia, os brasileiros entendem que a prisão “não tem nada a ver com corrupção” e sim com questões políticas. “E por isso que as pesquisas mostram que se as eleições fossem realizadas hoje, eu venceria”, diz.

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Lula critica indiretamente a Lava Jato, citando vazamentos de conversas particulares e o que chama de um “show de mídia” para levá-lo a depor, e diz que não quer estar em cima da lei, mas um julgamento “justo e imparcial”. “Eu peço respeito pela democracia. Se eles querem me derrotar de verdade, façam nas eleições”, escreve. “Então, deixe o povo brasileiro decidir.”

“O tempo corre contra a democracia”, escreve Lula

Ainda no artigo, o ex-presidente lembra que foi o primeiro líder trabalhista a ser eleito presidente do Brasil e que, na ocasião, o mercado financeiro se abalou, mas destaca que o crescimento econômico que se seguiu tranquilizou o mercado. E reitera que o programa que implantou de desenvolvimento do país e de inserção das classes mais pobres foi interrompido pelo impeachment de Dilma Rousseff e pela sua prisão. “Meu encarceramento foi a última fase de um golpe em câmera lenta destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil.”

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E finaliza o texto dizendo que não pede para estar acima da lei, mas que deseja um julgamento justo e imparcial. Admite, porém, que o “tempo está correndo contra o democracia”.

PT insiste em manter o nome de Lula na disputa presidencial

Segundo especialistas em direito eleitoral, por ter sido condenado em segunda instância, Lula está inelegível de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Contudo, seu partido insiste em manter o seu nome na disputa, tendo como plano B o ex-prefeito Fernando Haddad, indicado como vice, e o da ex-presidenciável do PCdoB Manuela D’Ávila. Na segunda-feira, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner alertou sua sigla da necessidade de se colocar logo em campo a estratégia de substituição de Lula, pois o PT não pode esperar “a vida inteira” para lançar o ex-prefeito Fernando Haddad.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai decidir sobre o futuro de sua candidatura depois que o pedido de inscrição for realizado pelo PT, nesta quarta (15). O partido está convocando a militância para um ato em Brasília.

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