O candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) enviou uma carta ao ministro Celso de Mello, o decano do Supremo Tribunal Federal, na tentativa de desfazer o mal-estar causado pelas declarações do filho do presidenciável, o deputado federal eleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sobre fechar o STF.
No texto, divulgado pelo site O Antagonista na noite desta segunda-feira (22), Bolsonaro pai afirma que o STF é o “guardião da Constituição” e “todos temos que prestigiar a corte”. Para o presidenciável, “manifestações mais emocionais, ocorridas nestes últimos tempos, se mostram fruto da angústia e das ameaças sofridas neste processo eleitoral”.
Magistrado mais antigo do STF, Celso de Mello classificou a afirmação de Eduardo Bolsonaro, de que bastam um soldado e um cabo para fechar a Corte, de “inconsequente e golpista”. Disse ainda que o fato do parlamentar ter tido uma votação expressiva nas eleições – ele recebeu quase 2 milhões de votos – não legitima “investidas contra a ordem político-jurídica”.
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Eduardo dava palestra para concurseiros que desejam ingressar na Polícia Federal num cursinho de Cascavel, no Paraná, no dia 9 de julho, quando foi gravado. O vídeo da palestra foi replicado nas redes sociais e no WhatsApp no último fim de semana, causando muita polêmica.
A declaração sobre “fechar o Supremo” foi uma resposta a um enfermeiro que perguntou ao deputado o que poderia ocorrer caso a candidatura de Jair Bolsonaro fosse impugnada pelo STF.
Em entrevista ao Jornal da Record, divulgado em suas redes sociais, Bolsonaro pai reconheceu que seu filho errou em dar a polêmica declaração. “Ele errou. É jovem. Se tiver algo para pagar, que pague. Não é porque é meu filho que vai ficar isento”, declarou. “Eu já o adverti no tocante a isso e reitero aqui o meu compromisso de respeito e admiração por todos os Poderes da República”, acrescentou o presidenciável.
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