O presidente Michel Temer vai anunciar o segundo reajuste do Bolsa Família na sua gestão no próximo dia 1º de maio, Dia do Trabalho. O percentual do ajuste, entretanto, ainda será definido numa reunião que deve acontecer nesta quinta-feira (26), com representantes do Planejamento e do Ministério do Desenvolvimento Social, que administra o benefício.
A equipe econômica defende conceder um aumento de 3%, pouco superior à inflação oficial do ano passado, que fechou em 2,95%. O percentual, no entanto, é considerado insuficiente pela equipe política de Temer, que tem pressionado por um reajuste de no mínimo 5%, que permita ao governo federal colher dividendos eleitorais com o anúncio.
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Em conversas reservadas, o presidente tem admitido que pretende conceder um reajuste superior a 3%, mas pondera que só tomará a decisão após reunião na quinta-feira (26) com a equipe econômica. Um reajuste para repor a inflação de 2017, de 2,95%, teria custo de R$ 1 bilhão. O receio do Palácio do Planalto é que uma simples correção inflacionária possa ser usada por candidatos adversários como argumento de que o MDB fez pouco pela área social.
O ex-ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, tentou divulgar o aumento enquanto ainda estava na pasta – antes do dia 7 de abril – para deixar o reajuste como uma de suas bandeiras. O impasse em torno do percentual, no entanto, acabou atrasando o aumento. O anuncio no dia 1º de maio será usado por Temer como mais uma bandeira dos feitos de seu governo e auxiliares estão recomendando que o presidente aproveite a data para alcançar um público interessado com o anúncio.
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Último reajuste foi em 2016
O último reajuste do Bolsa Família foi de 12,5%, concedido em 2016, logo após a posse de Temer. O programa beneficia atualmente 13,8 milhões de famílias, com renda por pessoa entre R$ 85 e R$ 170 mensais, desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos.
No último dia 16, o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, disse que o reajuste ainda estava sendo estudado e que seria preciso avaliar se haveria espaço fiscal para aumento neste ano. Colnago esteve em uma reunião no Planalto na última segunda-feira (23), quando Temer pediu que Planejamento e Desenvolvimento Social batessem o martelo sobre o percentual do reajuste se possível até quinta-feira (26).
Participaram desta reunião na segunda com Temer, além de Colnago, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha; a ministra substituta do Desenvolvimento Social, Tatiana Alvarenga; a diretora de Programa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Joelma Medeiros; o secretário do Orçamento Federal, George Soares; e o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Roberto Barreto.