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Vídeo publicado na internet mostra ex-assessor do deputado Miguel Corrêa Jr. explicando como ser remunerado pela militância a favor de candidatos do PT. O vídeo mostra Breno Nolasco, que aparece funcionário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, que era chefiada por Corrêa. Ele também foi assessor parlamentar do deputado. 

A divulgação do material se segue ao caso das denúncias de tuiteiros de que agência pagou para que influenciadores digitais publicassem material favorável aos candidatos petistas. Ele afirma no vídeo que os ativistas serão remunerado por “pessoa captada”. “Eu, Breno, consegui 30 amigos. Como nós vamos remunerar R$ 3 por pessoa, então eu vou receber R$ 90”, afirma. 

O sistema se dá por meio dos aplicativos Follow Now e Brasil Feliz de Novo, criados por empresas de Corrêa Jr. 

Nolasco cita o esquema de compartilhamento de campanha de funcionários petistas. “Essas notícias vocês são obrigados a compartilhar em suas redes [...]”, diz. “Vão aparecer as notícias. Você vai entrar na cmapanha do Lindbergh [Farias, senador]. Vocês vão compartilhar no Facebook, no Twitter, no WhatsApp”. 

Em outro trecho, ele diz “que vocês ganhem cada vez mais dinheiro com isso”. “Os R$ 500 é o início do nosso projeto. Os melhores ativistas vão muito além disso”, disse.

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Outro vídeo publicado mostra Breno e uma mulher identificada como Laís Boa Sorte respondendo dúvidas de militantes. Nolasco é sócio da empresa Sharing, que fica no mesmo escritório de empresas de Corrêa Jr., responsáveis pelos aplicativos Follow e Brasil Feliz de Novo. A reportagem não localizou Nolasco para comentar o conteúdo do vídeo.

O pagamento de ativistas para fazer propaganda a políticos petistas virou polêmica nas redes sociais após a jornalista Paula Holanda, militante de esquerda e influenciadora digital, revelar o caso no Twitter. Ela disse que foi convidada, em troca de dinheiro, por uma agência de marketing digital mineira chamada Lajoy a promover em seu perfil conteúdo de esquerda.

Depois de promover Gleisi Hoffmann, presidente nacional da sigla e candidata a deputada federal pelo Paraná, e Luiz Marinho, candidato a governador de São Paulo, ela se recusou a escrever sobre governador do Piauí, o petista Wellington Dias.

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A prática é proibida pela legislação atual, que especifica que só é permitida propaganda eleitoral em redes sociais no modelo de impulsionamento, em que candidatos, partidos e coligações contratam diretamente a rede social.

A dona da Agência Lajoy, Joyce Moreira Falete Mota, afirmou ter sido contratada, para os meses de junho e julho, por uma empresa chamada Be Connected. A empresa é do assessor parlamentar de Corrêa, Rodrigo Queles Teixeira Cardoso, cuja data de abertura é do mês passado, pouco antes do período eleitoral.

A data de abertura da empresa é do mês passado, pouco antes do período eleitoral. A Be Connected fica em uma sala da rua Fernandes Tourinho, na Savassi, bairro nobre de Belo Horizonte. Neste mesmo local, de acordo com dados da Receita Federal, funcionam as empresas Fórmula Tecnologia e Follow Análises Estratégicas, ambas do deputado Corrêa Júnior.

Outro lado

Corrêa Júnior afirmou não ser dono da Be Connected, mas admitiu que “em alguns trabalhos Follow e Be Connected apresentaram para clientes análises de monitoramentos de redes de perfis reais de grandes influencers para apontar comportamento e análise deste novo ambiente de debate democrático, de onde nasceram movimentos de unificação de conteúdo”.

Questionado sobre o fato de as empresas ficarem no mesmo lugar, ele afirmou ser um “tracionador” que apoia startups e pequenas empresas que funcionam ali. O parlamentar também afirmou que nunca existiu “o pagamento de qualquer tipo de valor a estes perfis de grande influência”.

O assessor do deputado, Rodrigo Cardoso, afirmou à reportagem que seu trabalho na Be Connected não tem ligação alguma com seu trabalho de assessor parlamentar de Corrêa Júnior.

Ele também negou haver pagamentos e disse que o ocorreu foi uma organização de militantes para ações que se tornaram orgânicas, como uma denominada #Lulazord. “Acho que é gente querendo ganhar espaço”, disse, sobre os tuiteiros que denunciaram propostas de pagamento para elogiar petistas.

A assessoria de Lindbergh diz que não contratou e nem pagou “nenhuma empresa para fazer divulgação remunerada nas redes sociais”. Ela acrescenta que não acredita “em engajamentos que não sejam voluntários”. 

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