| Foto: Andre Coelho/Bloomberg

Em entrevista coletiva na noite desta quinta-feira (6), os médicos que realizaram a cirurgia de emergência em Jair Bolsonaro(PSL) em Juiz de Fora (MG), onde o presidenciável foi atingido por uma facada, confirmaram que o candidato deu entrada em estado grave no Hospital Santa Casa de Misericórdia.

CARREGANDO :)

Neste momento, Bolsonaro está na UTI e não pode ser transferido, pelo menos até a manhã de sexta-feira (7), para São Paulo. Uma equipe do Hospital Sírio Libanês deve chegar por volta da meia-noite para avaliar o quadro clínico, informado como estável pela equipe mineira.

“É difícil precisar, mas provavelmente deve passar de uma semana a dez dias em recuperação”, informou o médico cirurgião Luis Henrique Borsato, um dos responsáveis pela cirurgia.

Publicidade

ASSISTA: Confira a entrevista coletiva transmitia pela Santa Casa de Juiz de Fora

Segundo o especialista, Bolsonaro foi vítima de traumatismo abdominal: “Ele deu entrada [na emergência] em estado de choque e foi submetido à cirurgia para estancar uma hemorragia interna, com lesão na veia do abdômen”.

Posteriormente, ele disse que o quadro segue grave, inspira cuidados, mas que Bolsonaro já respira sem a ajuda de aparelhos: “O ponto chave foi estancar o sangramento”. O candidato do PSL recebeu quatro bolsas de doação de sangue.

Avaliação clínica

A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora divulgou uma nota no início da madrugada desta sexta-feira (7). Jair Bolsonaro foi avaliado por médicos da unidade e por especialistas enviados pelo Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, que chegaram perto da meia noite à cidade mineira. O diagnóstico é que o “paciente não possui estabilidade hemodinâmica para uma transferência de hospital”. Ele passa por uma nova avaliação por volta das 8 horas para reavaliar a possibilidade de transferência do presidenciável para o hospital da capital paulista.

Chefe de departamento da Santa Casa, o médico Cicero Reina destacou que foi uma única perfuração que atingiu mais de um órgão, comprometendo os intestinos delgado e o reto. Por isso, Bolsonaro teve de passar por uma colostomia, um procedimento para esvaziar o intestino grosso e evitar maior contato de fezes com outros órgãos. Os médicos verificaram a necessidade da cirurgia após exames de ultrassom.

Publicidade

Uma laparoscopia descartou um lesão no fígado do candidato, mas constatou outra cinco lesões: na artéria mesentérica superior (que sai da aorta e irriga o intestino e outros órgão dos abdômen), no intestino grosso e três lesões no intestino delegado.

Todas as lesões foram reparadas. Bolsonaro segue em estado estável, com pressão arterial normal e hemorragia controlada. “Ele está numa situação grave e corre risco de vida, mas tem tudo para sair bem. O prognóstico é muito bom. A expectativa de recuperação é boa. Ele está consciente e já conversou com os filhos. A cirurgia foi muito bem-sucedida”, afirma o médico Glaucio Souza, um dos cirurgiões que operou Jair Bolsonaro

LEIA TAMBÉM: Quem é Adelio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro  

Bolsonaro chegou ao hospital em estado grave. Por causa da extensa perda de sangue, ficou hipotenso (com pressão baixa) e chegou a entrar em choque, uma estado crítico com baixas funções vitais. Segundo publicação de seu filho, Flávio Bolsonaro, no Twitter, a pressão do candidato teria chegado a 10 por 7, quando o normal é 12 por 8.

O presidenciável do PSL foi operado pelos médicos Cícero de Lima Rena, cirurgião coloproctologista (intestino), e Glaucio Silva de Souza, cirurgião especialista em fígado, além de uma extensa equipe. Os médicos conseguiram estabilizar o estado de saúde dele. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, a cirurgia já terminou e os ferimentos foram suturados.

Publicidade

VEJA AINDA: Facada em Bolsonaro acentua polarização e terá efeito nas urnas

O hospital Sírio-Libanês foi acionado pela família de Bolsonaro e decidiu enviar médicos a Juiz de Fora para avaliar o estado de saúde do candidato à Presidência. A equipe, que deve viajar ainda nesta quinta, analisará se é possível, e mesmo necessário, transferir o candidato para São Paulo.

O pós-operatório, no entanto, pode ser complicado e por isso se avalia a conveniência de ele vir para o Sírio-Libanês.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
Publicidade