No seu retorno ao Congresso Nacional após o recesso, o presidenciável e deputado Jair Bolsonaro (PSL) circulava pelos corredores exibindo um otimismo e confiança não vistos até agora.
Entre muitas fotos com simpatizantes e tapinha nas costas dos parlamentares, o candidato demonstrou disposição para falar com os jornalistas - também inédita desde que começou a corrida presidencial. Em dois momentos, ele conversou cerca de duas horas com os repórteres.
O parlamentar agora anda cercado de mais seguranças. Além dos que trabalham com ele, Bolsonaro anda acompanhado de pelo menos três agentes da Polícia Federal. Esta é uma prerrogativa de um presidenciável. Ele explicou que há uma espécie de gradação: quanto maior o risco que pode correr um deputado, maior o número de agentes disponibilizados pelo estado. O candidato circula num pequeno comboio, dentro de uma Pajero preta blindada da PF. É seguido por outro veículo desse.
Bolsonaro falou um pouco de tudo, de seus planos de governo às declarações polêmicas de seu vice e dos adversários. Uma novidade: disse que irá fechar a embaixada da Palestina no Brasil, que fica próximo ao Palácio do Planalto. Para ele, se trata de uma ameaça.
Além disso, se eleito, ele pretende acabar com o Ministério da Segurança Pública e voltar com o status de secretaria para esta área. Na educação, disse que pode adotar o ensino à distância para o ensino fundamental. Pretende acabar com a reeleição, mas, se não conseguir, admite disputar um eventual segundo mandato. Defendeu o general Mourão e afirmou ainda que não cumprirá a promessa de anunciar na campanha todo seu ministério para que esses ministeriáveis não sejam perseguidos onde trabalham.
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Ele também bateu nos adversários. Disse que Geraldo Alckmin (PSDB), que recebeu o MST no Palácio Bandeirantes, agora quer pousar de candidato do agronegócio. E associou Fernando Haddad (PT) ao ministro do “kit gay”.
Veja alguns trechos da entrevista:
Fechamento da embaixada da palestina
“Essa embaixada da Palestina vai sair dali. Iria para outro lugar. A Palestina, por acaso, é reconhecida como um país? Nada contra o povo palestino. Não negocio com terrorista. Essa embaixada ao lado do Planalto (Palácio do Planalto)? Ali não é área para isso. Não sendo país, não tem que ter embaixada aqui. Não podem ter um puxadinho aqui. Daqui a pouco vai ter representante das Farc aqui”.
Ensino a distância contra o marxismo
“Conversei com um grego em São Paulo. Gostei muito do (método) ensino a distância dele. Você ajuda a combater o marxismo. Pode começar por um dia por semana, para baratear. [Pode ser] para o ensino fundamental, médio e até para a universidade. Fisicamente é a prova e as aulas práticas”.
Fim da reeleição
“Pretendo fazer a reforma política. Se tiver que botar na balança o fim da reeleição, boto a minha. Tentar a reeleição? Depende da minha avaliação. Eleito e não tendo reforma política, depende do meu ibope”.
Falta de apoio político
“Não tenho palanques nos estados, mas tenho o aeroporto. Está aí. O meu palanque é o aeroporto. Ali está o termômetro. Agora, ninguém me abandonou. Preciso elogiar os oito heróis (deputados que se filiaram ao PSL) que estão comigo. Tinham fundo partidário e tempo de TV onde estavam. E abriram mão por uma causa.”
Alvo na TV e nos debates
“Sei que serei metralhado pelos meus adversários. Minha arma é a rede social. Só vou responder (nos debates) o que eu quiser. O cara vai me perguntar sobre abóbora e vou falar de abacaxi.”
Alckmin e Haddad
“O Alckmin recebeu o MST no Palácio dos Bandeirantes e agora diz que é amigo do agronegócio. Não dá, né? MST é terrorismo. O Alckmin era contra o armamento. Agora, ele é a favor do armamento do homem no campo. Ele é o santo, mas quem está fazendo milagre sou eu. O Haddad é o pai do kit gay. Ele deve ser um bom conselheiro para os pais.”
“Para quê marqueteiro?”
“Para quê vou ter marqueteiro se tenho oito segundos de TV. Agora [com o PRTB], quinze. Vendo meu peixe ali: ‘Em nome de Deus, da família sou Jair Bolsonaro. Vote 17’. Marqueteiro para colocar maquiagem e mandar eu tomar maracujina? Não precisa”.
Declarações de mourão
“Indolência e malandragem. A mãe dele é índia, o que é isso? (Indolência) é capacidade de perdoar. Quanto à malandragem do negro... é malandragem, esperto. A mesma coisa. Todo mundo chama carioca de malandro toda hora”.
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