O empresário Flávio Rocha, dono da Riachuelo, se filiou na manhã desta terça-feira (27) ao PRB (Partido Republicano Brasileiro), ligado à Igreja Universal. Rocha havia declarado na última semana que pretende concorrer à Presidência nas eleições de outubro. O PRB divulgou em nota que Rocha é a partir de agora pré-candidato pelo partido.
Flávio Rocha vinha conversando com diversos partidos para se filiar dentro do prazo legal, cujo limite é 7 de abril. Ele escolheu o mesmo partido ao qual se filiou na última semana o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho. Nas últimas semanas, o empresário vinha percorrendo o país para divulgar o Brasil 200, seu movimento de renovação na política, e declarou que seria candidato.
“Estamos nos sentidos acolhidos. Este é o alicerce para a grande mudança que o país anseia”, disse o empresário. “Eu sou cristão mas não sou ligado à Igreja Universal. Temos uma afinidade de valores, que é o que interessa”, completou ao ser questionado se o fato de o PRB ser ligado à igreja foi levado em conta.
O presidente do partido, o pastor da Igreja Universal Marcos Pereira garantiu que a candidatura de Rocha é para valer e não para ser vice, mas disse que o partido vai estudar ainda se deixa ou não os cargos no governo Michel Temer, provável adversário do empresário no pleito de outubro.
Flávio Rocha se apresentou como o “contraponto” ao tudo que está aí. Diz que há uma inversão de valores na política, que resultaram nos escândalos de corrupção, criticou o gigantismo do estado nas gestões do PT e ao aumento da criminalidade.
“Sou o contraponto a tudo isso. Defendo a força da liberdade individual, a livre iniciativa. É a fonte única da prosperidade. Sou o contraponto dessa inversão de valores que levou à degradação da prática política e na vida brasileira”.
O empresário do Movimento Brasil 200 se apresenta como liberal na economia e conservador nos costumes. Ele disse que se vê muitas combinações “exóticas” que não casam essas duas condições.
“Sim, sou liberal na economia e conservador nos costumes. Como se deve ser. É o conservadorismo aplicado à economia. Vimos muitas combinações exóticas pelo mundo, com a pessoa direita na economia e de esquerda nos costumes. O clamor da maioria da população é contra isso. Nossa candidatura é de mudanças, de ocupar o espaço não ocupado.
Perguntado se ele era um “Bolsonaro light”, respondeu: “De jeito algum. Temos pouquíssimas identidades. Principalmente (divergimos) no campo da economia. Sou um liberal convicto, acredito na força da livre iniciativa. Sou um reformista, um privatista que acredita que o Estado deve ser circunscrever às tarefas essenciais. Isso nos diferencia”.
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Apesar de liderar um movimento pela mudança na política, o empresário já tem carreira política. Rocha foi deputado federal em dois mandatos no fim dos anos 80 e início dos anos 90, tendo sido um dos constituintes. Ele tentou viabilizar sua candidatura à Presidência em 1994 pelo PL, mas o partido recuou e decidiu apoiar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em sua carreira política, ele já passou pelo PFL, PL e PRN (partido que elegeu o ex-presidente Fernando Collor de Mello).
Na última semana, Rocha recebeu o apoio formal do MBL em um artigo escrito por Kim Kataguiri, um de seus líderes e que neste ano também vai participar das eleições como candidato a deputado federal. Para disputar as eleições, o empresário terá de deixar a gestão da Riachuelo.
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