A senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), não reduziu o tom do discurso mesmo após a confirmação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a senadora afirmou que acredita estar havendo um processo de “ruptura institucional” no País, que os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) combinaram o voto, e que não acredita que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deixarão que Lula seja condenado, ao final do processo.
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“Nós ainda temos recursos judiciais para apresentar tanto ao STJ [Superior Tribunal de Justiça] quanto ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Não acredito que a corte suprema vai deixar acontecer uma barbaridade dessas. Seria uma violência não só contra o Lula, mas contra a democracia e o povo brasileiro, pela representatividade que ele tem no país”, afirmou a senadora, ao jornal.
Gleisi manteve o argumento de que a condenação de Lula ocorreu sem provas, mas sim por motivos políticos. Por isso, a senadora avalia que será possível apresentar todos os recursos sobre o caso, o que levará o assunto ao STF. “Não há provas. Evidências não podem condenar ninguém. O STF vai recolocar as coisas nos eixos. Nós avaliamos que o tribunal não permitirá essa violência”, disse.
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Sobre o caso do apartamento tríplex no Guarujá (SP), a senadora defende que a propriedade não se concretizou e que apenas ele ter ido ao local ou tido a opção de compra-lo não pode ser utilizada como prova para condenação.
Senadora diz que Lula seguirá como candidato
A escolha do partido para disputar as eleições presidenciais em 2018 será Lula, disse Gleisi. O partido deve adotar a estratégia de seguir com a campanha, mesmo que o caso esteja judicializado.
“Primeiro é importante dizer que a candidatura do Lula não se define no âmbito da Justiça criminal e sim da Justiça Eleitoral. E essa discussão se dará a partir de 15 de agosto [data em que os partidos têm que inscrever seus candidatos no TSE]. Até lá vamos trabalhar com o Lula pré-candidato”, afirmou. “Já houve vários casos de candidatos com sentença que continuaram até o final [das campanhas], se elegeram e foram empossados”, disse.
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A senadora diz que o partido afasta a possibilidade de que Lula seja preso, o que causaria grande “instabilidade” nas “instituições”, além de reação da militância no PT.
“Eu não gosto de trabalhar com hipóteses porque tudo pode acontecer. Ele pode não ser [preso]. Eu sei que estão trabalhando e querem que ele seja [preso] porque, para quem tem o poder, não basta vencer o adversário. Tem que constranger e humilhar”, disse a senadora.
A apreensão do passaporte do ex-presidente também foi criticada pela senadora na entrevista. Ela chamou a “injustificável” o recolhimento do documento. “É ridículo. O Lula é brasileiro, jamais fugiu à luta ou de qualquer enfrentamento. Aí proíbe o Lula de viajar, de ir para a Etiópia discutir a fome, mostrar o que fez no Brasil”, disse.
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