Rui Costa, Fernando Haddad e Jaques Wagner.| Foto: Ricardo Stuckert/Flickr

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), sugeriu aos aos prefeitos baianos que garantam transporte para os eleitores no próximo domingo (28) para reduzir o nível de abstenção nas urnas. As declarações foram dadas em um áudio enviado pelo governador a prefeitos baianos em um aplicativo de mensagens. O petista foi reeleito no estado, com 75% dos votos válidos, mas segue trabalhando em favor da candidatura presidencial de Fernando Haddad (PT).

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“Estou chegando agora em Salvador, [...] depois de uma caminhada em Vitória da Conquista e Jequié, reunindo mais de 50 prefeitos nos dois encontros, conversando sobre a necessidade de reforçar a eleição do dia 28. Garantir transporte para todos os eleitores, reduzir abstenção. Contamos com vocês por uma Bahia mais forte, por um municipalismo mais forte”, diz o governador no áudio.

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O pedido do governador aos prefeitos vai contra a legislação eleitoral, segundo a qual apenas a Justiça Eleitoral pode disponibilizar o transporte de passageiros no dia das eleições. Aos prefeitos, cabe apenas a manutenção das linhas regulares do transporte público da cidade.

O áudio foi alvo de questionamentos da oposição, que considera que a orientação do governador por transporte configura abuso de poder econômico e captação ilícita de votos. O DEM da Bahia informou que entrará com uma ação nesta segunda-feira (22) no Tribunal Regional Eleitoral. A assessoria jurídica do candidato Jair Bolsonaro (PSL) protocolou um pedido de providências em relação ao caso na Justiça Eleitoral.

Diante da repercussão do caso, o governo da Bahia divulgou neste sábado (20) uma nota à imprensa afirmando que o governador foi alvo de “fake news” e que o áudio com suas declarações teria sido editado e retirado do contexto original e que a mensagem conteria uma voz adulterada do governador.

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A reportagem pediu neste domingo (21) à Secretaria de Comunicação do governo da Bahia o áudio original que teria sido adulterado, mas este não foi enviado. Um dia depois, o secretário de Comunicação, André Curvelo, confirmou que não houve adulteração do áudio.

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O secretário, no entanto, defendeu que houve uma interpretação equivocada da fala do governador e que esta teria sido disseminada pela oposição fora do contexto original, o que, na sua avaliação, configuraria disseminação de fake news.

Curvelo ainda enviou um outro áudio no qual ele faz um discurso na mesma linha, mas ressalva que os prefeitos devem agir dentro da legislação eleitoral. Este áudio, contudo, foi gravado no sábado, um dia depois da divulgação da primeira mensagem aos prefeitos.